Além de ser uma doença bastante comum em todo o mundo, o câncer também está entre as doenças que mais causam mortes globalmente. Entender o que é o câncer, como ele se forma e o que facilita seu surgimento, porém, pode ajudar a prevenir o aparecimento da doença e facilitar seu diagnóstico.
Câncer é um termo utilizado para designar centenas de doenças que têm uma característica comum, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em todos os tipos de câncer, a doença se origina a partir de células com mutações genéticas que as fazem se comportar de forma diferente do esperado.
Com isso, estas células passam a se multiplicar de forma descontrolada – e o conjunto delas pode formar um tumor. Em alguns casos, a massa formada pelas células que se dividem de forma anormal é capaz de invadir tecidos adjacentes. Neste caso, trata-se de um tumor maligno (ou seja, um câncer), enquanto nos casos em que não há esta característica, pode tratar-se de um tumor benigno.
Qualquer parte do corpo pode ser acometida pelo câncer, mas a incidência da doença é mais comum em algumas delas do que em outras. Alguns dos tipos mais comuns de câncer no mundo são: câncer de mama, câncer de próstata, câncer de pulmão, câncer colorretal, câncer de pele e câncer de estômago. Enquanto isso, tipos raros da doença incluem sarcoma de partes moles, mesotelioma, câncer anaplásico de tireoide, entre outros.
Tipos diferentes de câncer podem acometer o mesmo órgão – isso porque podem se formar a partir de tipos diferentes de célula. O tipo de célula que origina a doença pode inclusive influenciar no quão agressivo é o quadro.
Tumor e neoplasia são duas palavras muito citadas quando o assunto é câncer, mas elas não significam a presença da doença. Estes dois termos são sinônimos entre si e designam massas formadas por células que se dividem de maneira anormal. No entanto, estas massas nem sempre são malignas.
Em linhas gerais, o tumor ou a neoplasia são considerados malignos e chamados de câncer quando suas células têm a capacidade de invadir tecidos adjacentes e circular pelo corpo.
Quando não há esta capacidade, o tumor ou a neoplasia são classificados como benignos – e, nestes casos, não há câncer.
Carcinogênese ou oncogênese é o nome recebido pelo processo de formação do câncer, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer, o INCA. Este processo tem diversas etapas e pode levar anos para, de fato, ocasionar um câncer.
Iniciação: quando o material genético de uma célula, localizado em seu núcleo, sofre mutações a partir da exposição a agentes cancerígenos. Nesta fase, não é possível detectar o câncer, já que as células estão apenas “prontas” para tornar-se malignas.
Promoção: as células já geneticamente alteradas passam por mais uma modificação. Quando expostas de maneira contínua a agentes cancerígenos chamados de oncopromotores, elas se transformam em células malignas. A interrupção do contato com tais agentes pode pausar o processo.
Progressão: as células já modificadas e malignas começam a se multiplicar sem que o organismo consiga impedir – e, como as células que estão se reproduzindo descontroladamente sofreram modificações, as que são criadas a partir das primeiras também se comportam de forma “errada”.
Ainda neste estágio, o câncer evolui até que os primeiros sintomas ou sinais clínicos da doença comecem a aparecer. A multiplicação desenfreada de células pode, por exemplo, levar ao surgimento de um tumor palpável, enquanto exames laboratoriais podem indicar marcadores relacionados ao câncer.
Assim como nas outras etapas, a exposição do organismo a agentes cancerígenos tende a impulsionar o processo de surgimento do câncer. Entre os fatores conhecidos como cancerígenos, estão: tabagismo, exposição a substâncias como amianto e chumbo, alcoolismo, exposição indevida ao sol, entre outros.
Em geral, no entanto, estes agentes cancerígenos não trabalham sozinhos. A idade, o gênero e até questões genéticas que podem ser apontadas por histórico familiar de câncer também contribuem para as chances de a doença se desenvolver em “parceria” com agentes externos.
O surgimento do câncer acontece, em geral, por uma combinação de fatores cancerígenos, genéticos e até ambientais.
A idade, por exemplo, influencia muito nas chances de se ter câncer, já que o passar dos anos tende a prejudicar os mecanismos de reparação celular, contribuindo com os processos de formação da doença. Além disso, alterações genéticas também geram predisposição ao câncer.
Já os chamados agentes cancerígenos se dividem em três grandes grupos. São eles:
Além da formação do câncer, a doença pode evoluir para outros processos. Há, por exemplo, a metástase, em que as células cancerígenas passam para tecidos próximos ao tumor inicial ou viajam pelo corpo através da corrente sanguínea, gerando câncer em outro lugar. Nestes casos, trata-se de um câncer metastático.
Aqui, porém, o paciente não é necessariamente considerado como curado, já que ainda há chances de a doença retornar. Em alguns tipos de câncer, é estipulado um prazo no qual, se a doença não voltar, existe a possibilidade de afirmar que houve a cura. O estágio de remissão pode estar condicionado ao uso de medicamentos.
Além da idade avançada e da exposição constante a agentes cancerígenos, alguns hábitos ou características podem ser fatores de risco para câncer. Isso significa que tais fatores tornam maiores as chances de uma pessoa desenvolver a doença.
Alguns dos fatores de risco para câncer são:
O câncer age de forma diferente no corpo a depender de uma série de fatores. A localização da doença e a agressividade dela, por exemplo, são características que ditam o aparecimento de sintomas e quais são eles.
Devido à forma anormal como as células do câncer se multiplicam, uma neoplasia tende a comprometer o funcionamento normal e a saúde da estrutura onde se formam. Quando a doença avança e se espalha para outros órgãos, o organismo todo passa a funcionar de forma anormal.
Além disso, tumores podem comprimir estruturas saudáveis e, mesmo sem invadi-las, atrapalham seu funcionamento.
O câncer entra em diferentes categorias de acordo com as células que originam a doença. São elas: