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Fatores de risco para o câncer de mama: quais são e como evitá-los

Fatores de risco para o câncer de mama: quais são e como evitá-los

Diagnóstico bastante temido, o câncer de mama é o tipo de câncer mais comum no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Justamente por isso, é importante conhecer as características e particularidades da doença – como os fatores de risco para o câncer de mama, lista que traz inclusive hábitos frequentes e evitáveis.

Fatores de risco para o câncer de mama

Caracterizado pelo crescimento anormal de células que resulta em um tumor, o câncer de mama é uma das doenças que mais afeta mulheres em todo o mundo. 

Apesar de também acontecer em homens em casos raros, o principal fator de risco do câncer de mama é o gênero feminino – mas há ainda outros hábitos e características que tornam alguém mais propício à doença, especialmente quando combinados. 

Ainda que alguns destes fatores – como gênero e idade, por exemplo – não sejam algo possível de se alterar, conhecer o que aumenta os riscos de se ter câncer de mama é essencial para prevenir a doença. 

Conheça abaixo todos os fatores de risco para a doença e o porquê de aumentarem as chances de se ter o diagnóstico:

 

Gênero

Afinal, se homens também podem ter a doença, por que o gênero feminino é fator de risco para o câncer de mama? Segundo estudos, a resposta está em fatores endócrinos e na anatomia da mama.

De acordo com a instituição Breastcancer.org, o tecido mamário feminino se desenvolve de forma mais extensa que o masculino, gerando diferenças anatômicas. 

Desde a puberdade até a primeira gestação, as células que compõem o tecido mamário feminino são especialmente suscetíveis à ação de hormônios como o estrogênio – e, quanto maior o estímulo deste hormônio, maior é o risco de se ter câncer de mama.

Enquanto homens apresentam baixos níveis de estrogênio, mulheres têm este hormônio ativo durante boa parte da vida e são mais frequentemente expostas a estímulos estrogênicos externos (como o uso de pílulas anticoncepcionais). Sendo assim, o gênero feminino é mais propenso a desenvolver câncer de mama.

 

Idade

O câncer de mama é mais comum em mulheres de idade mais avançada, ainda que jovens também entrem nas estatísticas. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o corpo acumula os efeitos de exposições a agentes cancerígenos ao longo da vida e, além disso, o envelhecimento causa alterações biológicas inevitáveis. No Brasil, mulheres entre 45 e 50 anos são as mais acometidas pelo câncer de mama. Já na Europa, essa idade sobe para 55 a 60 anos.

Juntos, estes dois processos aumentam as chances de se ter a doença com o passar dos anos, e a incidência do câncer de mama é mais comum a partir dos 50.

 

Menarca precoce e menopausa tardia

A primeira menstruação acontece em média entre os 10 e os 15 anos de idade, enquanto a menopausa ocorre entre 45 e 55 anos. 

Para algumas mulheres, porém, a menarca (primeira menstruação) acontece bem mais cedo, enquanto algumas só atingem a menopausa após os 55. Ambos os cenários aumentam as chances de se ter câncer de mama.

A explicação para a menopausa tardia e a menarca precoce serem fatores de risco para câncer de mama também está em fatores endócrinos. Isso porque a menarca ocorre no início da puberdade, e é neste período que alterações do organismo aumentam a concentração dos hormônios sexuais.

Assim, mulheres que menstruam cedo ou chegam mais tardiamente à menopausa passam mais tempo sob os efeitos do estrogênio, fator já citado anteriormente como potencialmente cancerígeno.

  

Histórico familiar (fator hereditário e genético)

O câncer de mama também pode ter relação com hereditariedade: mulheres que têm parentes diagnosticados com a doença ou com câncer de ovário, são mais propensas a desenvolvê-lo. As chances são ainda maiores quando se trata de um parente direto, como avó, mãe ou irmã.

A hereditariedade do câncer de mama está relacionada a certas mutações genéticas (como por exemplo nos genes BRCA1, BRCA2, PALB2, CHEK2, BARD1, ATM, RAD51C e TP53) e, na reprodução, estas alterações podem ser passadas adiante, elevando o risco de se ter a doença também em sua prole.

  

Tratamento prévio com radioterapia

Apesar de ser um tratamento comum de câncer, ter histórico de realização de radioterapia também aumenta as chances de se ter câncer de mama. Isso acontece, porém, diante de um conjunto de circunstâncias.

A radiação ionizante em doses moderadas ou altas aplicadas à região do tórax antes dos 30 anos (como no caso de tratamento para Linfoma de Hodgkin), por exemplo, é um cenário propenso ao aumento dos riscos de se desenvolver a doença.

 

Etnia

As chances de se desenvolver câncer de mama são maiores para mulheres brancas em comparação com mulheres negras e asiáticas. Em contrapartida, mulheres negras têm mais tendência a desenvolver formas mais agressivas de câncer de mama diagnosticadas na juventude.

  

Tecido mamário denso

Os seios são formados por tecidos fibrosos, glandulares e gordurosos. Quando uma mulher tem mais tecido fibroso e glandular do que gorduroso, ela tem seios mais firmes – e isso significa que ela tem um tecido mamário denso, algo também ligado ao aumento nos riscos de câncer de mama.

É importante frisar, porém, que ter mamas densas não é um fator tão determinante quanto idade e gênero, por exemplo. A densidade do tecido mamário por si só não indica que o câncer de mama irá acontecer. No entanto, esta característica dificulta a identificação de alterações leves, atrasando possíveis diagnósticos. 

 

Histórico pessoal de câncer de mama

De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (o CDC), ter histórico de câncer de mama aumenta as chances de se receber o diagnóstico da doença mais uma vez no futuro, tanto no outro seio quanto no mesmo seio, em uma parte diferente. 

 

Sedentarismo e obesidade

Assim como ocorre com uma série de outras doenças, o sedentarismo também é um fator de risco para câncer de mama. Exercícios físicos atuam no controle da glicemia e da insulina, hormônio que pode contribuir com alterações na forma como células mamárias crescem e se comportam. O sobrepeso também aumenta o risco do desenvolvimento de neoplasias na mama. 

Sendo assim, pessoas que não praticam exercícios físicos ou obesas podem estar mais sujeitas, por exemplo, à multiplicação desordenada de células, forma como o câncer de mama acontece.

 

Consumo exagerado de álcool

Segundo uma série de estudos, o consumo de álcool está ligado a um aumento nos riscos de se desenvolver câncer de mama. Isso porque, quanto maior é a ingesta de bebidas alcoólicas, maiores as chances desta substância aumentar os níveis de estrogênio e outros hormônios associados ao câncer de mama com receptor hormonal positivo.

 

Histórico reprodutivo

Somente após uma gravidez as células mamárias deixam de ser consideradas imaturas. Antes disso, elas são bastante ativas e responsivas ao estrogênio. Após a gestação elas passam a se comportar de forma mais regular. 

Em um cenário no qual a mulher engravida pela primeira vez tardiamente ou nunca tem uma gestação completa, as células passam mais tempo sob a influência destes hormônios, aumentando as chances de haver reprodução desordenada e a formação de um tumor.

 

Tabagismo

O cigarro está ligado ao aumento nos riscos de diversas doenças e, entre elas, está o câncer de mama. Além do tabagismo em si elevar as chances de se ter o câncer de mama, a mera exposição à fumaça (ou seja, ser um fumante passivo) pode ter relação com o aumento dos riscos da doença em mulheres após a menopausa.

  

Reposição hormonal e contraceptivos

Tanto a reposição hormonal feita após a menopausa quanto contraceptivos orais podem conter estrogênio e progesterona. Por este motivo, estudos apontam que estes medicamentos aumentam os riscos de se desenvolver o câncer. Isso não significa, porém, que a contracepção oral e a reposição hormonal sejam necessariamente ruins ou contraindicados.

O aumento nos riscos do câncer de mama com a terapia hormonal depende do tipo da terapia, da dose, da duração do tratamento e da idade em que a mulher começa a tomar. Quanto às pílulas anticoncepcionais, há princípios ativos que trazem menos riscos. Sendo assim, é essencial que pacientes tirem suas dúvidas com um médico, o questionem sobre os riscos de câncer e sigam suas orientações.

 

Como prevenir o câncer de mama?

Embora alguns fatores de risco para câncer de mama não possam ser evitados, é possível mudar alguns hábitos ou tomar certas medidas para amenizá-los. De forma geral, os seguintes itens podem ajudar a contornar os riscos:

  • Ter boa alimentação;
  • Praticar exercícios físicos regularmente;
  • Não fumar;
  • Não consumir álcool exageradamente;
  • Conhecer o histórico familiar de câncer;
  • Ter trocas honestas com os médicos e mencionar fatores como menarca precoce, histórico familiar de câncer e histórico de tratamento com radiação para que se possa tomar as precauções necessárias;
  • Realizar exames periódicos seguindo as instruções do médico, que leva em conta os fatores de risco do paciente.

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