Cuidados no pós-tratamento do câncer de mama
O pós-tratamento do câncer de mama pode ser quase tão confuso quanto o momento do diagnóstico. Isso porque muitos pacientes não sabem ou não são devidamente informados sobre o que fazer, aspectos que merecem atenção e mais questões desse período.
Entenda abaixo o que esperar do fim do tratamento de câncer e o que deve ser feito nessa fase:
O que acontece após o fim do tratamento de câncer?
Terminar um tratamento de câncer de mama é certamente uma conquista. Logo, porém, o momento pode se tornar angustiante devido a efeitos colaterais duradouros e ansiedade relacionada a qualquer mudança no corpo por medo da doença retornar. Por esse motivo, é imprescindível que a paciente tire com o médico todas as dúvidas sobre o pós-tratamento.
Isso inclui saber que o fim do tratamento não significa necessariamente o fim dos efeitos colaterais causados por ele. O momento também pode representar uma nova fase da vida social, com sensação de isolamento, alterações na autoestima e luto pela forma como se vivia antes do diagnóstico.
Sendo assim, o primeiro passo é ter em mente as possibilidades. Veja abaixo questões físicas e psicológicas que são comuns após o fim de um tratamento com quimioterapia, radioterapia e outras terapias contra câncer:
Efeitos colaterais duradouros do tratamento
Muitas pessoas que finalizam o tratamento de câncer seguem enfrentando alguns efeitos colaterais da quimioterapia por um período. Isso acontece porque ela é um tratamento sistêmico que não afeta apenas as células cancerígenas, mas o corpo como um todo.
Por isso, é natural que, após o tratamento para câncer, a paciente apresente:
Fadiga crônica
Cansaço extremo que pode durar meses após a última sessão de quimioterapia. Isso acontece porque o corpo precisa se esforçar para se “recompor”, processo que requer muita energia.
Neuropatia crônica
É uma condição associada ao uso de algumas medicações quimioterápicas e pode ser uma sequela permanente ou transitória. Trata-se de uma sensação de dormência ou dor persistente. Costuma ser sentida mais frequentemente nas mãos e nos pés, o que recebe o nome de neuropatia em bota e luva.
Problemas reprodutivos
O tratamento de câncer pode diminuir a vida fértil da mulher. Isso significa que, dependendo da idade dela no momento do diagnóstico, ela pode chegar mais perto ou até à própria menopausa. Isso impacta a fertilidade e os planos de construir uma família.
Alterações na pele
O tratamento de câncer deixa a pele, os cabelos e as unhas mais sensíveis. Essa fragilidade é algo que o organismo precisa de tempo para recuperar. Sendo assim, após o tratamento, é natural que a paciente tenha ressecamento na pele e nos cabelos, fragilidade nos fios, unhas quebradiças e mais. Alterações na pele de locais submetidos a radioterapia também são algo esperado.
Novo estado mental
Vivenciar um câncer e seu tratamento também costuma afetar pacientes no âmbito emocional e psicológico. Com isso, é natural que ocorra:
Depressão
Toda a jornada com o câncer e o luto pela vida anterior podem culminar em um estado depressivo. Isso é marcado por angústia extrema e duradoura, sentimentos de desesperança, falta de ânimo e de prazer com relação à vida.
Sensação de isolamento
Após uma experiência tão transformadora, é natural que a pessoa apresente certa solidão com relação aos sentimentos únicos que tem. Ela pode se sentir incompreendida por velhos amigos e até “deixada de lado” por eles”. É um momento que pode ser marcado por uma reavaliação dos círculos sociais, apego a novas pessoas, entre outros acontecimentos.
Ansiedade
O medo da doença retornar é algo muito comum na vida do paciente pós-tratamento de câncer. Isso pode causar quadros de ansiedade e pânico mesmo em pessoas que nunca lidaram com isso anteriormente.
Problemas de autoestima
Devido ao impacto que o tratamento de câncer causa no corpo, muitas pessoas têm dificuldades em lidar com mudanças na aparência, como a perda de cabelo e a presença de cicatrizes.
Dificuldade de readaptação
Retomar a “vida normal” após o câncer pode ser uma tarefa difícil. Isso se dá devido à fadiga duradoura, às mudanças de aparência, ao novo estado mental, entre outras razões.
Como se cuidar pós-tratamento do câncer de mama
Apesar do tratamento ter chegado ao fim, a paciente que teve câncer de mama recentemente ainda precisa de cuidados. Ela não só precisa se esforçar para aderir a certos hábitos, mas também continuar sendo amparada pela rede de apoio. O fim do tratamento não significa o fim dos impactos causados por ele e, por isso, é essencial se cercar de pessoas que trazem bem-estar.
Além disso, porém, o período pós-tratamento requer atenção com questões físicas, novos cuidados e, é claro, acompanhamento periódico. Conheça abaixo os cuidados que um paciente deve ter após o fim do tratamento de câncer de mama:
Atenção com a saúde física
Nessa fase, é importante fazer o manejo correto dos efeitos colaterais, manter o médico oncologista informado, reconhecer sinais de alerta no corpo e tomar certos cuidados. Sendo assim, é essencial:
Manter uma dieta saudável
Ter um estado clínico saudável impulsiona melhorias em outras áreas da vida, previne problemas de saúde e facilita a vida após um tratamento de câncer. Sendo assim, manter uma dieta equilibrada, comer com atenção plena e, se possível, buscar um especialista em nutrição, é algo desejável.
Praticar exercícios físicos
A prática de exercícios físicos contribui com a saúde física e emocional. Ela previne problemas cardiovasculares, auxilia na reabilitação após o câncer, ajuda a acalmar a mente, melhora o sono e mais. Por isso, é essencial que o paciente se mantenha ativo após o tratamento.
Aderir à reabilitação
Em alguns casos, a paciente de câncer de mama pode precisar de fisioterapia para recuperar aspectos prejudicados por cirurgias e pela radioterapia. É importante seguir as determinações dos especialistas.
Informar o médico sobre alterações na mama e no corpo
Após o tratamento de câncer, é importante prestar ainda mais atenção ao corpo. Conhecer o próprio corpo é fundamental para notar mudanças que possivelmente indicam complicações e problemas de saúde. Sendo assim, é importante se atentar para mudanças na aparência dos seios, presença de novas sensações, perda de sensibilidade, problemas com cicatrizes, entre outros.
Todas essas alterações devem ser comunicadas ao médico para que se possa sanar as dúvidas do paciente e, assim, acalmá-lo.
Buscar um endocrinologista em caso de menopausa precoce
Especialmente caso haja impacto do tratamento no quadro hormonal da paciente, é imprescindível que ela busque um médico endocrinologista para auxiliá-la no processo de menopausa precoce.
Evitar exposição ao sol
Alguns quimioterápicos aumentam a sensibilidade da pele à luz solar. Isso implica que o paciente deve seguir tomando cuidado com a exposição ao sol, cobrindo o máximo de pele sempre que possível e utilizando protetor solar, chapéus, entre outros.
Ter atenção com os novos medicamentos
Após o fim da fase ativa de tratamento do câncer, é bastante comum que a paciente siga sendo medicada. Em geral, o medicamento é de via oral, administrado em casa pela própria pessoa. Além disso, pode haver medicamentos relacionados à saúde óssea, como suplementos, e remédios para controle de efeitos colaterais.
É imprescindível que a paciente se organize quanto aos remédios para que o tratamento não se prejudique.
Manter o acompanhamento médico
Mesmo após o fim do tratamento, pacientes que vivenciaram um câncer precisam de acompanhamento médico regular. Isso inclui consultas, exames e uma comunicação constante com o médico oncologista. Assim, é mais fácil manejar o estado clínico do paciente e os efeitos colaterais que ele enfrenta, além de aumentar as chances de diagnóstico precoce de recidivas.Dessa forma, é imprescindível que o paciente não deixe de comparecer às consultas, de manter um relacionamento honesto com seu médico e de realizar os exames com o devido preparo.
Se preservar em caso de supressão do sistema imunológico
Após o tratamento de câncer, o sistema imunológico – ou seja, as defesas do corpo – pode seguir comprometido por um período. Isso inspira certos cuidados, como evitar multidões, utilizar máscaras faciais em ambientes muitos cheios, reforçar os hábitos de higiene tanto com o corpo quanto com a casa e os alimentos, entre outras medidas de proteção.
Atenção com a saúde mental
O impacto emocional e psicológico do câncer em pacientes é inegável. Após o tratamento, esse impacto pode se estender, e é importante que a paciente saiba que não está só nesse sentimento. Medo aumentado, sensação de desamparo, ansiedade e falta de ânimo são completamente normais nessa fase – mas é preciso ter atenção e buscar formas de se sentir melhor. Sendo assim, é indicado:
Buscar apoio especializado
O câncer pode afetar diversos campos da vida da paciente, desde o estado psicológico, até sono, manutenção da rotina, retorno ao trabalho, alimentação, etc.. Por isso, é essencial buscar profissionais que possam auxiliar nesta busca pelo reequilíbrio pós-tratamento.
Esse é o papel da medicina integrativa. Olhar o paciente de forma integral e trazer soluções multidisciplinares para as questões enfrentadas.
Manter comunicação ativa com a rede de apoio
O fim do tratamento do câncer não significa necessariamente o fim das angústias relacionadas à doença. Sendo assim, é importante que o paciente mantenha uma comunicação honesta com os entes queridos, contando-lhes como se sentem e explicando o que precisa deles.
Se esforçar por uma rotina
A constância de uma rotina pode ajudar – e muito – o bem-estar de um paciente após o tratamento. Isso traz sensação de normalidade, pertencimento e, a depender dos hábitos, saúde. Sendo assim, é ideal buscar uma rotina saudável, com bons horários de sono, boa alimentação e atividades físicas regulares na medida do possível, sempre respeitando os limites do corpo e seguindo orientações médicas.
Cercar-se de exemplos positivos
A vida após um tratamento de câncer é diferente. Por isso, é imprescindível conhecer histórias de pessoas que viveram o mesmo. Isso pode trazer sensação de pertencimento e amparo, e até mesmo ajudar a lidar melhor com problemas de autoestima.
A importância de um bom oncologista no pós-tratamento
Durante a investigação de um possível câncer até a confirmação do diagnóstico e o tratamento da doença, o paciente conhece diversos médicos. O tratamento do câncer é multidisciplinar e requer, por isso, muitas especialidades médicas. Um dos mais importantes nesse processo é o oncologista.
O oncologista, também conhecido como “médico de câncer”, é o responsável por diagnosticar a doença, estudar suas particularidades e dar o seguimento adequado ao paciente. Há oncologistas especializados em um só tipo de câncer, como é o caso do oncologista de câncer de mama ou especialistas em oncologia mamária. Esses médicos são boas escolhas para o paciente que acaba de receber o diagnóstico de câncer de mama.
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Mais sobre câncer de mama e o pós-tratamento
Quais os cuidados após quimioterapia?
Após o fim da quimioterapia, o paciente deve:
- Evitar exposição à luz solar;
- Manter uma dieta equilibrada;
- Se atentar para alterações no corpo e no organismo;
- Praticar atividade física regularmente dentro do possível;
- Observar os efeitos colaterais e informar o médico;
- Tomar as medicações receitadas da forma correta;
- Buscar amparo psicológico especializado (equipe multidisciplinar);
- Tentar se manter em uma rotina.
Quais os principais cuidados com pacientes oncológicos?
Pacientes oncológicos podem ter consequências físicas, emocionais e psicológicas do tratamento. Por isso, eles devem:
- Manter um bom relacionamento com o médico oncologista, relatando de forma honesta o que tem sentido;
- Manter o corpo ativo na medida do possível;
- Se cercar de uma rede de apoio prestativa que contribui com o bem-estar;
- Se alimentar bem;
- Aderir às estratégias de controle dos efeitos colaterais;
- Evitar exposição ao sol;
- Evitar locais muito cheios.
Quanto tempo depois pode considerar o paciente oncológico curado?
O câncer de mama tem cura, mas isso geralmente não é estabelecido logo após o fim do tratamento. Isso porque, em boa parte dos casos, as chances da doença retornar nos anos que sucedem o tratamento são consideráveis.
Por isso, além de estabelecer números, é importante ressaltar que a ausência de evidência de doença no corpo, junto com cuidado contínuo no consultório permitem que a pessoa viva sem a doença pelo resto da vida.
O tempo para espaçar os acompanhamentos pode variar. Tudo depende do tipo de câncer de mama, do estágio dele no momento do diagnóstico, do estado clínico do paciente, do sucesso do tratamento e mais.