Linfonodo Sentinela: O que é? Para que serve? É preciso retirar?
O linfonodo sentinela é a primeira estrutura do sistema linfático a ser afetada no caso de um câncer de mama. Sua definição e investigação são essenciais para estabelecer o melhor plano terapêutico.
Antigamente, essa análise era feita retirando vários linfonodos axilares durante a cirurgia de retirada do nódulo da mama. Atualmente, no entanto, é muito usada a chamada biópsia dos linfonodos sentinela, em que é possível pesquisar a presença de células cancerígenas preservando a estrutura linfática do membro.
Descubra abaixo o que é o linfonodo sentinela, como se faz a biópsia nessa estrutura e o que os resultados do exame dizem sobre um câncer de mama.
Linfonodo sentinela: o que é?
Os linfonodos ou gânglios existem por todo o corpo e têm a função de filtrar um líquido chamado linfa. Esse líquido circula pelo corpo de forma semelhante ao sangue, e coleta toxinas para assegurar que sejam eliminadas. Linfonodos sentinela são os primeiros de uma cadeia de linfonodos passível de receber células cancerosas em um quadro de câncer de mama.
Funciona assim: tanto nas axilas quanto na região da clavícula ou mediastino o corpo humano tem uma cadeia de linfonodos. O primeiro possível “meio de transporte” pelo qual células cancerosas deixam a mama e viajam pelo corpo é a cadeia linfática. Quando elas fazem esse caminho, há um linfonodo que acaba sendo atingido antes dos outros. Essa estrutura recebe o nome de linfonodo sentinela.
No passado, após o diagnóstico de câncer de mama, a paciente realizava a cirurgia de remoção do tumor juntamente do chamado esvaziamento axilar. A cirurgia consistia na retirada uma grande quantidade de linfonodos axilares, algo que pode gerar prejuízos à saúde a longo prazo. Mais recentemente, se tornou possível identificar os primeiros linfonodos que receberiam (ou já recebem) células cancerígenas. Ao retirar apenas estes linfonodos, é possível realizar uma cirurgia com qualidade oncológica semelhante, mas muito menos mórbida.
Entender o comprometimento dos linfonodos é essencial para determinar um plano de tratamento para a doença. Isso porque, através desse entendimento, é possível identificar se o câncer é local, localmente avançado ou metastático. É possível também compreender melhor o comportamento da doença e sua agressividade. Isso é uma espécie de guia para médicos na hora de definir o tratamento.
Pesquisa de linfonodo sentinela
Para estudar essa estrutura, é preciso, primeiramente, descobrir quais são os linfonodos sentinela. Para isso, a paciente recebe uma injeção de contraste na mama, e ele faz o trajeto que a linfa normalmente faz, “iluminando” as estruturas por onde passa. Com isso, fica claro qual é o primeiro linfonodo que receberia células cancerosas e é possível analisá-lo.
Esse exame, que se chama linfocintilografia, é o início do estudo dos linfonodos sentinela. Na sequência, é necessário então extrair uma amostra dessa estrutura, algo que se faz com a biópsia de linfonodo sentinela.
Biópsia do linfonodo sentinela
Sob anestesia local, uma amostra do linfonodo sentinela é retirada para análise. Ao estudá-la, é possível verificar se há ou não presença de câncer nessa estrutura.
Um resultado positivo indica que, sim, ele foi comprometido pela doença, e pode haver comprometimento de mais linfonodos na cadeia. Enquanto isso, um resultado negativo indica que ele não foi comprometido e que são altíssimas as chances do restante da cadeia estar intacta.
Há, no entanto, a possibilidade de falso-negativo na biópsia de linfonodo sentinela. Estudos indicam que há de 5 a 10% de chance disso acontecer. Um falso-negativo neste contexto é prejudicial para o tratamento, pois ignorar a presença do câncer nos linfonodos e até em metástases à distância pode levar a um plano terapêutico falho.
Dissecção dos linfonodos axilares
Em alguns casos, após a biópsia do linfonodo sentinela, é preciso retirar os linfonodos axilares. Isso é necessário quando o linfonodo sentinela indica, nas análises, comprometimento de três ou mais linfonodos axilares.
Nesse procedimento, há a retirada de 10 a 40 linfonodos axilares. Geralmente, isso é feito no momento da mastectomia ou cirurgia conservadora para câncer de mama. Mas isso não é uma regra.
É importante frisar que, quando a mulher retira boa parte dos linfonodos, isso compromete a drenagem da linfa. É possível, portanto, que haja efeitos colaterais duradouros, como linfedema (inchaço por acúmulo de líquido) do braço, dormência, entre outros problemas na região.
Câncer de mama tem cura!
Embora seja uma doença marcada por uma jornada de obstáculos, é, sim, possível curar o câncer de mama. As chances de sucesso do tratamento são altas especialmente quando há detecção precoce da doença. Por isso é essencial seguir as medidas de prevenção do câncer de mama e fazer exames regularmente.
Tem dúvidas sobre câncer de mama ou procura um “oncologista de câncer de mama” (médico especialista em câncer de mama) para o tratamento? Eu posso te ajudar! Entre em contato e marque uma consulta, ficarei feliz em te acompanhar durante essa jornada.
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Quando retirar o linfonodo sentinela?
Os linfonodos – incluindo os sentinela – são retirados quando a biópsia aponta que essas estruturas foram comprometidas pelo câncer. Essa cirurgia também é feita quando há inchaço dos gânglios no momento do diagnóstico de câncer de mama.
Quando fazer pesquisa de linfonodo sentinela?
A pesquisa de linfonodo sentinela é feita quando, no momento do diagnóstico de um câncer de mama, os gânglios axilares e claviculares têm aparência normal – ou seja: não estão inchados.
Identificar e analisar os linfonodos sentinelas ajuda a preservar ao máximo essas estruturas. Isso acontece porque, caso eles não estejam comprometidos pelo câncer, não há necessidade de retirar toda a cadeia (esvaziamento axilar).
Quais os cuidados após a retirada do linfonodo sentinela?
Esse procedimento é feito sob anestesia geral, então é necessária a internação da paciente. Após a cirurgia, ela deve repousar por um período de 7 a 14 dias para evitar complicações. Caso a cirurgia seja feita separadamente da cirurgia mamária, normalmente não se utiliza drenos no pós-operatório.
Nesse período, a paciente deve fazer a limpeza e a troca correta dos curativos para evitar complicações. Dependendo das sequelas do procedimento, caso existam, o pós-operatório pode incluir fisioterapia e outras terapias que ajudam na recuperação.