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Tenho Câncer de Mama, e agora? A jornada da paciente após o diagnóstico

Tenho Câncer de Mama, e agora? Se você foi diagnosticada com câncer de mama, saiba que terá companhia para a uma jornada à frente. Dra Juliana Beal

Tenho Câncer de Mama, e agora? A jornada da paciente após o diagnóstico

Se você foi diagnosticada com câncer de mama, saiba que terá companhia para a uma jornada à frente. Há formas de navegá-la com leveza e confiança. Saber o que pode acontecer durante seu tratamento pode te ajudar a conduzir tudo da melhor forma. 

Entenda um pouco sobre a descoberta do câncer de mama, algumas situações que podem fazer parte da sua história e tente aplicar algumas dessas dicas para amenizar o impacto físico e emocional da doença.

 

Tratamento do câncer de mama: o que pode acontecer?

Estadiamento do câncer de mama e análise das características

Um dos primeiros passos após o diagnóstico da doença é a definição do estadiamento do câncer. Esse é um processo pelo qual é possível saber em qual estágio está a doença, entre os mais iniciais e os mais avançados.

Os estágios iniciais do câncer de mama (0, 1 e 2) geralmente têm prognóstico bem positivo. Já os estágios avançados da doença (3 e 4) podem demandar um tratamento mais agressivo.

Sendo assim, após descobrir a doença, é natural que a paciente passe por uma bateria de exames. Esses exames podem envolver, por exemplo: 

  • Ressonância magnética;
  • Ultrassonografia;
  • PET Scan;
  • Biópsia do tumor ou de linfonodos;
  • Testes germinativos (no sangue ou saliva).

Tudo isso é necessário para “prever” o comportamento e desenvolvimento do câncer. Entre as diversas definições que se busca neste momento inicial, estão:

  • Nível de agressividade;
  • Sensibilidade a certos tipos de tratamento;
  • Presença de metástases;
  • Subtipo imunohistoquímico. 

Esse mapeamento é essencial para chegar ao próximo passo: o plano de tratamento. 

Nesse momento, é importante:

  • Se cercar de apoio positivo;
  • Buscar profissionais que transmitam segurança (e pesquisar sobre eles);
  • Cogitar um “oncologista de câncer de mama”, ou seja, médico especializado nesse tipo de câncer;
  • Anotar todas as dúvidas que surgirem e tirá-las sem medo ou vergonha;
  • Buscar um grupo de apoio, se sentir que pode se beneficiar disso;
  • Manter a rotina o quanto for possível.

 

Tratamento para câncer de mama: planejamento e início

Na próxima etapa da jornada do câncer de mama, os médicos apresentam à paciente um plano de tratamento. Esse planejamento leva em consideração os protocolos que mais se adequam às necessidades da mulher.

Por exemplo: um câncer de mama que não tem receptores hormonais não responde bem ao tratamento com terapia hormonal. Enquanto isso, tumores com hiperexpressão da proteína HER2 complexos podem se beneficiar de terapias-alvo associado à quimioterapia sistêmica.

Com o plano traçado, inicia-se o tratamento. Ele pode começar com sessões de medicação ou até cirurgia. É de se esperar, portanto, que a paciente comece a passar mais tempo no hospital, veja pessoas em situações semelhantes e tenha muitas dúvidas.

Sendo assim, nessa etapa, é interessante:

  • Perguntar tudo o que precisar sobre o tratamento aos especialistas;
  • Estudar com eles o que esperar em termos de efeitos colaterais;
  • Entender o que pode ser feito para amenizar os efeitos adversos;
  • Como proceder em caso de efeitos colaterais graves;
  • Entender qual é o objetivo do tratamento (curar a doença, frear seu avanço, diminuir o tamanho do tumor, etc);
  • Comunicar a rede de apoio sobre suas necessidades (acompanhamento hospitalar, questões logísticas, etc).

 

Reconstrução da mama: fazer ou não fazer? Quando é possível realizar?

A reconstrução mamária é realizada em mulheres submetidas à mastectomia (retirada total ou parcial de uma ou das duas mamas). A mastectomia pode ser indicada de forma preventiva, para pacientes com alto risco de câncer de mama, ou terapêutica, no momento da retirada do tumor. 

Como forma de minimizar os efeitos negativos na autoestima causados pela retirada da mama, é possível realizar a cirurgia de reconstrução. Basicamente, este é o procedimento estético que visa modificar a aparência da mama por meio de implantes e outras técnicas para que ela se assemelhe da melhor maneira possível ao órgão antes da manipulação. Caso receba a indicação da mastectomia, informe-se sobre a possibilidade da reconstrução mamária durante a mesma cirurgia ou em um momento futuro. 

Essas informações podem trazer tranquilidade ao passo que dão esperança de recuperar a imagem anterior. É importante também alinhar as expectativas e conversar sobre as particularidades do pós-operatório. 

Fazer ou não fazer a reconstrução mamária é uma escolha da paciente. É sabido, porém, que o procedimento ajuda no processo de recuperação da autoestima após uma mastectomia. 

 

Lidando com os efeitos colaterais do tratamento

Para algumas pessoas, os efeitos adversos do tratamento de câncer – especialmente da quimioterapia –, compõem uma das piores fases dessa jornada. Além do componente psicológico de se questionar se o tratamento fará efeito, também há o impacto físico. Esse segundo pode incluir sintomas como:

  • Enjoos;
  • Falta de apetite;
  • Fadiga constante;
  • Fraqueza;
  • Queda da imunidade;
  • Febre e infecções;
  • Queda de cabelo.

Aqui, é esperado apoio por parte dos especialistas. A paciente deve se sentir ouvida pelos médicos e sentir segurança para perguntar o que quiser. Saber com quem contar em uma emergência também é importante.

Apesar das dificuldades, recomenda-se manter ao máximo a rotina desde que se respeite as próprias limitações. É importante, por exemplo, se alimentar bem, descansar, manter hobbies seguros, extravasar as emoções e, de forma geral, se cuidar ao máximo.

 Alguns medicamentos e hábitos podem amenizar os efeitos colaterais. Por isso, os pacientes devem sempre consultar seus médicos em busca do próprio bem-estar. Além disso, também é interessante buscar o apoio de outros profissionais, como nutricionistas e psicólogos, por exemplo.

 Nessa fase, é essencial ter em mente que:

  • Não existe problema em pedir ajuda;
  • Momentos de “fraqueza” devem ser respeitados;
  • As “pequenas” vitórias devem ser celebradas;
  • Não é preciso ter vergonha de acionar a rede de apoio para tarefas que costumavam ser simples, como tomar banho ou se vestir;
  • Os cuidados gerais com a saúde (incluindo realização de atividade física conforme possível) precisam se intensificar.

 

Terminei o tratamento de câncer, e agora?

O fim do tratamento pode ser um momento de alegria, mas também de dúvidas. Afinal, o que acontece depois que o tratamento acaba? A resposta depende do quadro clínico da paciente, do tipo de câncer de mama que ela enfrenta e do objetivo do tratamento aplicado.

Caso o diagnóstico tenha sido de um câncer de mama inicial, com altas chances de resposta positiva ao tratamento, por exemplo, a paciente segue em acompanhamento. Consultas regulares e realização de exame físico e de imagem fazem parte desse período.

A periodicidade e os detalhes envolvidos no monitoramento mudam de acordo com o caso. Ao longo do tempo, as consultas e exames podem se espaçar. Após alguns anos em remissão (sem sinais do câncer no corpo), a paciente pode se considerar curada da doença.

Há casos, no entanto, em que a doença retorna em meio ao monitoramento. Isso pode ocorrer meses ou anos após o primeiro diagnóstico. Se isso acontecer, a paciente é novamente submetida ao processo descrito, incluindo as etapas de estudo do tumor, definição do tratamento e mais.

Já em casos nos quais as terapias visam reduzir ou estabilizar um tumor, ou manter metástases sob o máximo de controle, o pós-tratamento é diferente. A paciente deverá seguir em seguimento contínuo, e as particularidades dessa fase mudam de pessoa para pessoa.

Em ambos os casos, é possível que, nessa fase, a paciente faça uso de um medicamento por via oral. Ele será responsável por tentar impedir o retorno do câncer e combater células cancerígenas que possam ter “escapado” do tratamento. Essa medicação é mantida, em alguns casos, por anos. 

Espera-se, portanto, que o pós-tratamento também seja marcado por consultas, exames, medicações, alguns efeitos colaterais suaves e possíveis internações. Nessa fase, é importante seguir com a rotina, ter hábitos alimentares saudáveis, se manter ativa e, se possível, com acompanhamento psicológico.

 

Remissão, cura, monitoramento e mais

A remissão total ocorre quando, após o tratamento, não é mais possível identificar o câncer. Esse estado, porém, não é necessariamente uma cura. A paciente pode se considerar curada quando, anos após o tratamento, o corpo segue sem sinais de câncer. 

Já a remissão parcial é o nome dado a quadros nos quais um tumor maligno diminui de tamanho, mas ainda pode ser encontrado. Aqui, aplica-se tratamentos paliativos para mantê-lo sob controle e assegurar o bem-estar da paciente.

O monitoramento do câncer de mama após um tratamento pode envolver exames de imagem, laboratoriais, consultas periódicas e mais. As particularidades dependem do tipo de câncer diagnosticado e do estado clínico da paciente.

Está em busca de um oncologista especialista em câncer de mama para te guiar durante o tratamento de câncer? Entre em contato comigo e eu ficarei feliz em te acompanhar nesse momento. 

 

Mais dúvidas sobre câncer de mama

Câncer de mama tem cura?

Sim, grande parte dos casos de câncer de mama são curáveis. O diagnóstico precoce é determinante nas chances de curar a doença, mas outros fatores também influenciam no resultado. São eles:

  • Tipo do câncer;
  • Estado clínico da paciente;
  • Agilidade no diagnóstico e na elaboração do plano de tratamento;
  • Monitoramento adequado;
  • Tolerância da paciente ao tratamento;
  • Bem-estar psíquico e rede de apoio presente.

O único câncer de mama em que não é possível visar a cura é o diagnosticado em estágio IV, ou seja, metastático. Nesses quadros, o tratamento tem como objetivo reduzir os efeitos do câncer no organismo, frear a progressão da doença, diminuir o tamanho do tumor e amparar a paciente emocional e psicologicamente.

 

O que significa sinal de malignidade?

Tumores podem ser benignos ou malignos. Os benignos, em geral, não têm capacidade infiltrativa e, portanto, não invadem outros tecidos. As células deles têm características mais próximas das células normais do corpo e, na maioria dos casos, esses tumores só representam risco alto à saúde quando crescem muito ou interferem no funcionamento de órgãos vitais.

Já tumores malignos são diferentes. Eles podem invadir os tecidos vizinhos e suas células podem viajar pela corrente sanguínea, criando outros focos de câncer no corpo (metástases). Essas células têm características bem específicas – que também são conhecidas como sinais de malignidade.

 

Como fica uma pessoa com câncer de mama?

O câncer de mama pode causar diversos sintomas tanto relacionados à doença em si, quanto ao tratamento. 

Em relação aos sinais da doença, depende do estadiamento. Quando em um estágio inicial, dificilmente o câncer de mama causa sintomas. No entanto, em quadros avançados, a paciente pode apresentar:

  • Perda de peso sem razão aparente;
  • Dor na mama e em outras partes do corpo (caso haja metástase);
  • Alterações na pele do seio até problemas de equilíbrio (caso haja metástase no cérebro, por exemplo).

Já sobre a paciente em tratamento para câncer de mama, também há diversos possíveis cenários que variam de acordo com o estadio da doença e o tipo de tratamento aplicado. Em geral, é comum que a mulher em tratamento para o câncer de mama apresente:

  • Perda de cabelo;
  • Fadiga;
  • Perda de apetite;
  • Palidez;
  • Maior vulnerabilidade emocional;
  • Alterações  de peso.

 

Qual o estágio inicial do câncer de mama?

Os estágios 0, 1 e 2 são considerados os estágios iniciais do câncer de mama. Nessas fases da doença, o tumor tende a ser pequeno e está somente na mama, sem afetar outras estruturas do corpo. Esses cânceres são mais fáceis de tratar e têm prognóstico mais favorável.

 

Quem tem câncer de mama sente dor?

Depende. Um tumor pode causar dor, e esse é um dos possíveis sintomas da doença. Além disso, após a cirurgia, a paciente tende a apresentar dor devido ao procedimento. Também pode haver dores inespecíficas ao longo de tratamento com quimioterapia, ou dores localizadas quando realizadas sessões de radioterapia.

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