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Câncer de mama: termos mais comuns de forma descomplicada

15 de fevereiro de 2024 Dra. Juliana Beal Nenhum comentário

Câncer de mama: termos mais comuns de forma descomplicada

O câncer de mama é um dos tipos mais comuns da doença em mulheres, e muitas vezes o diagnóstico é cercado por termos complicados. Isso é algo que dificulta não só o entendimento da doença, mas também os passos do tratamento, o que pode atrapalhar a autonomia do paciente em fazer suas escolhas.

Conheça abaixo termos que estão constantemente ligados ao câncer de mama explicados em detalhe e de forma descomplicada, algo fundamental para melhorar a adesão ao rastreamento, o diagnóstico precoce e o entendimento do paciente em meio ao diagnóstico:

 

Dúvidas sobre câncer de mama: termos mais comuns descomplicados

Câncer de mama triplo negativo

O câncer de mama triplo negativo é um dos subtipos do câncer de mama. Isso significa que, ao receber um diagnóstico de câncer de mama, o triplo negativo pode ser o tipo de doença que afeta o paciente.

Esse tipo de câncer recebe esse nome devido à ausência da expressão de três receptores normalmente usados como alvo na hora de tratar o câncer. Receptores hormonais são como “fechaduras” que certos medicamentos podem “abrir ou fechar” e, assim, tratar a doença. Os principais são:

  • Receptores hormonais de progesterona (RP);
  • Receptores hormonais de estrogênio (RE);
  • Receptor da proteína do fator de crescimento epidérmico 2 (HER2).

 Quando um tumor tem um ou mais desses receptores hormonais, significa que tratamentos “alvo” podem ser utilizados além da quimioterapia, com eficácia bastante importante. Quando não há nenhum receptor hormonal – caso do câncer de mama triplo negativo –, a doença não é suscetível à terapia hormonal e nem às terapias-alvo mais comuns, sendo a quimioterapia o principal método utilizado para tratar esse subtipo de câncer.

 

Carcinoma

Carcinomas são uma categoria de câncer, e o que o diferencia de outros tipos – como sarcoma, melanoma, entre outros – é o tipo de célula que dá origem a ele. No caso dos carcinomas, o tumor tem início a partir do tecido que reveste os órgãos (como a “pele” deles) ou da pele. Entre os carcinomas de mama, há alguns subtipos, como o ductal invasivo e o lobular invasivo, que diferem pela parte do seio em que aparecem.

 

Cuidado paliativo

Cuidado paliativo é o nome recebido por uma medida relacionada ao bem-estar do paciente e é cada vez mais implementada. Diferente do que muitos pensam, a medicina paliativa não é voltada para pacientes em estágios terminais. Ela pode ser aplicada em qualquer momento do tratamento.

Os cuidados paliativos visam tratar sintomas, trazer conforto, amenizar o sofrimento emocional e espiritual causado pelo diagnóstico. Sendo assim, a medicina paliativa pode fazer com que o paciente viva mais ao controlar o avanço do câncer até trazer mais autonomia a pessoas que estão mais comprometidas pela doença.

É composto por uma equipe multidisciplinar, como por exemplo, fisioterapia, acompanhamento nutricional, atendimento psicológico, home care, terapias integrativa, que tem como objetivo principal controlar e aliviar sintomas (emocionais ou físicos).

 

Estadiamento

O estadiamento de um câncer é uma etapa importante do diagnóstico da doença. Após um tumor ser encontrado, as características dele são cuidadosamente analisadas para determinar o nível de avanço da doença. Quando o estadiamento é inicial, significa que o câncer foi diagnosticado precocemente, algo que oferece maiores chances de remissão. Quando o estadiamento é avançado, o tratamento do câncer é mais difícil e o prognóstico é pior.

Determinar o estadiamento do câncer é essencial para, por exemplo, escolher o tratamento mais certeiro para o quadro em questão, visto que um câncer mais avançado pode não se beneficiar dos mesmos protocolos usados em um câncer inicial.

 

Imunoterapia

Assim como a quimioterapia e a radioterapia, a imunoterapia é uma categoria de tratamento contra o câncer. Em outras modalidades de tratamento, ataca-se diretamente as células cancerígenas com medicamentos ou radiação. Na imunoterapia, os medicamentos ativam o sistema imunológico do corpo (ou seja, as próprias defesas do organismo) para que ele faça esse trabalho. Em alguns casos, a imunoterapia serve para “guiar” as células do sistema imunológico diretamente ao câncer.

 

Mamografia

A mamografia é o exame mais indicado para a detecção precoce do câncer de mama. Sua realização regular reduz o risco de morte por câncer de mama.

A mamografia usa um aparelho que pressiona o seio entre duas placas acrílicas e tira uma espécie de radiografia do tecido mamário de forma a visualizá-lo em totalidade.

Esse exame é capaz de identificar nódulos muito pequenos ou muito profundos. Dessa forma, contribui para diagnósticos feitos ainda no início do quadro de câncer.

As recomendações para realização do exame levam em consideração:

  • Histórico familiar da paciente;
  • Diretrizes da especialidade;
  • Perfil genético (caso haja);
  • Estilo de vida, hábitos e características individuais;

Por fim, a decisão deve partir do médico especialista que acompanha a paciente, pois não há um consenso sobre a idade para começar a fazer o exame.

A Sociedade Brasileira de Mastologia indica a mamografia anual a mulheres a partir dos 35 anos com fatores de risco aumentados. Já entre 40 e 50 anos, o exame é recomendado para todas as mulheres.

Entre 50 e 69 anos de idade, o Ministério da Saúde recomenda a mamografia para todas as mulheres com frequência bienal. Isso acontece porque essa é a faixa etária menos propensa a desenvolver câncer de mama.

Vale lembrar que a indicação da realização do exame pode ser individualizada e, portanto, caso haja alguma dúvida, entre em contato com um especialista.

 

Medicina de precisão

A medicina de precisão é um ramo da medicina que consiste em aplicar pliares que foram denominados de “quatro Ps”: 

  • Personalização: quando o tratamento pode ser adequado para o indivíduo e tumor específicos;
  • Predição: avaliações de risco para desenvolvimento de diversas doenças podem ser feitas com base nos resultados de exames específicos.
  • Prevenção: técnicas modernas são aplicadas para individualizar métodos e indicações de rastreio de doenças com base em riscos aumentados fornecidos pela predição;
  • Participação: o indivíduo/paciente é ativamente responsável por compartilhar decisões acerca de sua saúde).

 

No câncer, a medicina de precisão pode ajudar em duas frentes:

  1. Mapeando predisposições para que estratégias preventivas sejam adotadas;
  2. Identificando particularidades de um câncer e otimizando o seu tratamento (mais efetividade e menos efeitos colaterais).

Em geral, ela se utiliza de exames como o teste genético. Com ele, é possível determinar as chances de desenvolver câncer e outras doenças, além de obter conhecimento sobre doenças já conhecidas.

Por se tratar de algo relativamente novo, nem todos os centros oncológicos contam com um grupo de medicina de precisão. Em São Paulo, é possível encontrar médicos especialistas em medicina de precisão no Hospital Israelita Albert Einstein.

 

Metástase

A metástase acontece quando células do tumor inicial se alojam em outra estrutura do corpo, que não a de origem.

Ou seja, um tumor sem metástase é um câncer inicial/localizado: um câncer que se desenvolveu em uma parte do corpo e permanece contido na mesma região.

Já na metástase o tumor é formado por células que se desprenderam de seu sítio original e viajaram pelo corpo formando outros focos da doença. Isso pode acontecer com órgãos próximos ou estruturas distantes.

No caso do câncer de mama metastático, as células tumorais originárias da mama migram para outros tecidos e, geralmente, afetam os ossos, o pulmão, o fígado ou o cérebro.

Uma pessoa com câncer de mama e metástase no cérebro, porém, segue tendo apenas câncer de mama, e não câncer de mama paralelo a um câncer cerebral. Isso porque, como as células se originam do tumor de mama, as que formam o tumor cerebral têm as mesmas características.

Os sintomas de metástase variam de acordo com a região onde o novo tumor apareceu. No caso do câncer de mama metastático, além dos sintomas mais comuns da doença (como nódulo no seio e outras alterações nas características da mama), é possível também que o paciente apresente:

  • Fragilidade óssea;
  • Dores inespecíficas pelo corpo;
  • Convulsões;
  • Problemas de memória e cognição;
  • Icterícia (pele amarelada);
  • Falta de ar;
  • Dormência;
  • Perda de apetite;
  • Perda de peso não-intencional;
  • Enjoos constantes;
  • Fortes dores de cabeça;
  • Perda de equilíbrio.

Metástases tornam um diagnóstico de câncer mais complexo, visto que o tratamento precisa abranger mais de um foco da doença.

 

Neoplasia

Neoplasia nada mais é que outro nome recebido por focos de multiplicação anormal ou desordenada de células geneticamente modificadas, ou seja, câncer. Quando há uma alteração genética que atrapalha o funcionamento normal de uma célula e ela se multiplica desenfreadamente, é possível que o quadro dê origem a um tumor – nome mais comum usado para designar neoplasias (que também podem receber o nome de lesões).

 

Oncologia

Oncologia é o ramo da medicina focado em pesquisar, diagnosticar e tratar o câncer clinicamente. Dentro dessa área, há médicos especializados em diferentes tipos de câncer.

 

Predisposição

Ter predisposição a algo significa ter chances aumentadas daquilo, aumento do risco de desenvolver algo. No caso da doença, ter predisposição ao câncer de mama significa que um conjunto de características do organismo tornam uma pessoa mais propensa a apresentar uma neoplasia em algum momento.

 

Prognóstico

Prognóstico é o nome dado à chance de sucesso de um tratamento de câncer. Quando um paciente recebe um diagnóstico de câncer com bom prognóstico, quer dizer que ele tem grandes chances de entrar em remissão – ou seja, ficar livre da doença no corpo.

Quando o prognóstico é ruim, no entanto, significa que as chances de um tratamento dar certo por um longo prazo ou de o paciente ter uma boa sobrevida após o diagnóstico são menores.

 

Recidiva

Recidiva é o nome dado a uma recorrência do câncer – ou seja, um tumor que já foi diagnosticado e tratado, mas retornou. A recidiva pode acontecer no mesmo local do tumor original ou em outra parte do corpo após a migração de células cancerígenas que não foram destruídas após o  tratamento inicial.

 

Remissão

Remissão é um termo usado para designar uma doença que foi curada ou que está “dormente” no organismo, sem atrapalhar as funções dele. No caso do câncer, um paciente entra em remissão quando um tratamento consegue destruir as células cancerígenas, impedindo que um tumor volte.

As chances de remissão de um paciente de câncer dependem de diversos aspectos. Entre eles:

  • Tipo da doença;
  • Grau de agressividade do câncer;
  • Estadiamento;
  • Momento do diagnóstico;
  • Bom acompanhamento oncológico;
  • Adesão ao tratamento.

 

Ao descobrir um câncer, buscar o tratamento de um oncologista que pauta sua prática clínica em pesquisa científica relevante pode mudar seu curso. Além disso, é essencial encontrar uma pessoa que transmita confiança e tranquilidade.

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