Mamografia: o exame padrão ouro para o câncer de mama
Visando o diagnóstico precoce do câncer de mama, a mamografia é o procedimento mais eficaz na prevenção da doença. Há, no entanto, uma série de diretrizes para indicação de realização do exame, especialmente envolvendo a faixa etária em que deve ser realizado.
Tire abaixo todas as suas dúvidas sobre mamografia: quando é necessário realizar esse exame e como torná-lo mais confortável?
O que é mamografia e como funciona?
A mamografia é um exame não-invasivo considerado padrão ouro na detecção do câncer de mama pela oncologia clínica. Ou seja, ele é a melhor opção para o diagnóstico precoce de células cancerosas quando aplicado de acordo com os protocolos existentes.
O exame de mamografia consiste em examinar o interior da mama em detalhe por meio de uma espécie de radiografia do seio. Para isso, a paciente posiciona as mamas entre duas placas acrílicas, de forma a “achatá-lo”. Dessa forma, a mama fica com uma espessura uniforme, tornando possível a descoberta, por exemplo, de nódulos mais profundos ou alterações muito pequenas para se notar no autoexame.
Esse exame pode identificar possíveis lesões malignas e sugerir a necessidade de investigação com exames complementares, como biópsia e exames de sangue, para a confirmação diagnóstica.
O que detecta a mamografia?
A mamografia é utilizada para confirmar a suspeita de câncer de mama ou como rastreio em pacientes assintomáticas. O exame é capaz de encontrar nódulos menos superficiais ou alterações imperceptíveis ao toque. Ele contribui com o diagnóstico precoce do câncer, possibilita tratamentos menos intensivos e, consequentemente, está associado a prognósticos melhores.
Quanto tempo dura o exame de mamografia?
A duração da mamografia é, em média, entre 15 e 25 minutos no total. Esse tempo depende, porém, de alguns fatores, como o posicionamento correto da mama no equipamento, possíveis dificuldades técnicas e necessidade de realização de imagens complementares para melhor análise do parênquima (tecido) mamário – algo que influencia na qualidade das imagens obtidas.
É importante frisar que a pressão no seio feita pelo equipamento da mamografia não dura mais que alguns segundos.
É normal sentir dor quando se faz mamografia?
Devido à pressão exercida pelas placas acrílicas do aparelho de mamografia, é natural sentir desconforto e até um pouco de dor durante o exame. A sensação, no entanto, dura poucos segundos e é possível adotar estratégias para amenizá-lo. Antes de marcar uma mamografia, é ideal consultar um médico para entender o que se pode fazer e qual é a melhor época para agendá-la.
O que fazer para não sentir dor na mamografia?
Caso a paciente tenha muita sensibilidade nas mamas, é possível que o profissional responsável por pedir a mamografia receite um medicamento analgésico antes da realização do exame.
Outra forma de diminuir a dor na mamografia é seguir corretamente algumas das principais recomendações:
- Aplicar técnicas de relaxamento/meditação durante o exame;
- Agendar fora do período pré-menstrual. O ideal é realizar a mamografia para os dias que sucedem o fim da menstruação.
O que não se pode fazer antes da mamografia?
A mamografia não requer uma preparação detalhada, mas há coisas que se deve evitar na hora de realizar o exame. É importante, por exemplo, evitar passar cremes, talco ou desodorante na região das mamas e nas axilas no dia do exame. Os resíduos desses produtos podem prejudicar a realização da mamografia.
Como se preparar para fazer exame de mamografia?
Antes de fazer uma mamografia é importante:
- Estudar o ciclo menstrual para marcar o exame após a menstruação, e não no período pré-menstrual;
- Se programar para não usar cremes, talco ou desodorante nas mamas e nas axilas no dia do exame;
- Consultar o médico sobre a possibilidade de usar medicamentos analgésicos antes do exame caso a paciente tenha mamas muito sensíveis.
Quando se deve fazer a mamografia?
De acordo com o Ministério da Saúde, a idade recomendada para se fazer mamografia é a partir dos 50 anos. A partir desta idade e até os 69 anos, a indicação é a de se realizar o exame de forma bienal – ou seja, duas vezes ao ano.
A partir dos 70 anos, ainda segundo o órgão, não é recomendado realizar o rastreio do câncer de mama com mamografia, visto que o balanço entre os riscos e benefícios é incerto.
Apesar dessas recomendações, há divergências entre órgãos no Brasil. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, por exemplo, a mamografia é indicada para mulheres com mais de 40 anos – mas, entre os 40 e os 50 anos, a ideia é que o exame seja feito em casos específicos.
Na faixa etária entre 40 e 50 anos de idade, a recomendação é que mulheres só façam mamografias caso exista a suspeita de síndromes hereditárias responsáveis por aumentar os riscos de câncer de mama, no caso de um nódulo palpável ser detectado ou para complementar a suspeita levantada por outra modalidade de exame, como ultrassonografia.
Por que não se pode fazer mamografia antes dos 40 anos?
A mamografia é indicada para mulheres abaixo dos 40 anos apenas em casos de fatores de risco associados, como síndromes genéticas e histórico familiar.
Além disso, o exame não é tão sensível no caso de mulheres mais jovens por conta da maior densidade do tecido mamário. Como o parênquima é mais heterogêneo nas pacientes jovens, pequenos achados podem ser obscurecidos.
Mamografia em homens
Apesar do câncer de mama não estar entre os tipos de câncer de mama mais frequentes em homens, eles também podem desenvolver a doença. No caso do câncer de mama em homens, no entanto, a mamografia não costuma ser realizada de forma periódica.
Ainda assim, caso o paciente note alterações na região peitoral, ele deve buscar um mastologista (cirurgião especialista no cuidado das mamas) ou um oncologista especialista em câncer de mama. São sinais de alerta: presença de nódulos, secreção, inchaço, pele avermelhada, textura de casca de laranja e outras características incomuns. Em casos específicos, pode haver a recomendação para se fazer uma mamografia.
Exames complementares para diagnóstico de câncer de mama
A mamografia é o exame mais preciso para se fazer o diagnóstico de câncer de mama, mas não é indicado que ele seja realizado por mulheres de qualquer idade. Sendo assim, antes da idade indicada para se fazer mamografia, o rastreio do câncer de mama é feito com o auxílio de outros exames.
O autoexame, apesar de muitas vezes não ajudar na detecção de nódulos muito pequenos ou profundos, é recomendado em qualquer idade.
Já mulheres com risco aumentado de desenvolver câncer de mama se beneficiam do acompanhamento médico mais frequente. Nestes casos, são realizados exames clínicos e outros exames de imagem, como ultrassonografia ou ressonância magnética das mamas. Caso algo seja detectado, pode ser necessário realizar uma mamografia ou biópsia complementares.
Em mulheres que têm idade para fazer mamografias periódicas, esse exame não é o único usado no diagnóstico. Conforme um nódulo é identificado em uma mamografia, a paciente pode ser encaminhada para uma biópsia para constatar a malignidade do tumor.
Diante do diagnóstico da doença, o tratamento do câncer deve ser estabelecido pelo oncologista. O especialista é capaz de definir as melhores opções de tratamento, reduzindo os efeitos colaterais, quando possível, e aumentando as chances de cura.