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Terapia-alvo: o que é e como pode ajudar a tratar o câncer

Terapia-alvo: o que é e como pode ajudar a tratar o câncer

Embora quimioterapia e radioterapia sejam as palavras mais conhecidas quando se fala em tratamentos para câncer, a medicina conta com ferramentas ainda mais precisas para complementar protocolos que tratam a doença.

 

É o caso, por exemplo, da terapia-alvo: modalidade de tratamento que identifica características específicas das células cancerígenas para atacá-las de maneira mais direta e personalizada. Entenda esta modalidade de tratamento do câncer, seus tipos e possíveis efeitos.

 

O que é terapia-alvo no câncer?

A terapia-alvo é um tipo de tratamento para câncer direcionado para algum marcador encontrado em células cancerígenas. A Medicina de Precisão, fornece ferramentas para que  características específicas das células do câncer sejam identificadas e transformadas em alvos.

 

Esse tipo de terapia garante uma abordagem personalizada para cânceres que não são, por exemplo, sensíveis ao uso de quimioterapia ou radioterapia. Em alguns casos, a terapia-alvo consiste na destruição das células cancerígenas, mas pode ter o objetivo apenas de impedir o crescimento delas ou de levar um quimioterápico diretamente a células que não respondem ao tratamento convencional.

 

Para saber se um câncer seria tratado de maneira mais eficiente com terapia-alvo, o tumor passa por uma biópsia que será testada para determinados biomarcadores – ou seja, os possíveis “alvos” do tumor. Ela é mais utilizada em casos de câncer nos quais protocolos convencionais não funcionam ou já foram usados anteriormente. No caso do câncer de mama, ela é uma opção, por exemplo, para tumores com hiperexpressão da proteína HER2, tumores com expressão de receptor hormonal positivo e mutações de resistência ou de sensibilidade a medicamentos, tumores que ocorrem em pessoas com mutações de predisposição hereditária (BRCA1 e 2). 

 

Qual a diferença entre quimioterapia e terapia-alvo?

A diferença entre a quimioterapia e a terapia-alvo está principalmente na abrangência dos tratamentos. A quimioterapia consiste em medicações que afetam qualquer tipo de célula de rápida multiplicação – e isso normalmente leva à destruição não apenas das células cancerígenas, mas de estruturas saudáveis do corpo, enfraquecendo o organismo e gerando efeitos colaterais impactantes.

 

Enquanto isso, a terapia-alvo atua de forma focada. Após a análise do câncer a nível molecular e genético, é possível mapear a biologia do tumor e identificar características que permitam o emprego de tratamentos direcionados . Assim, a terapia-alvo atinge células a nível molecular, com possível eficácia mais robusta e perfil de toxicidades menos intenso. 

 

Terapia-alvo e imunoterapia

A imunoterapia é uma modalidade de tratamento do câncer no qual o paciente recebe medicamentos ou substâncias capazes de estimular o sistema imunológico da própria pessoa a lutar contra o câncer.  

Alguns cânceres são considerados mais agressivos justamente pela capacidade de passar quase despercebidos pelo contra-ataque do sistema imunológico. Com o uso de terapias focadas na imunidade do paciente, é possível “treinar” o sistema imunológico para que ele encontre as células cancerígenas e as ataque. Esse é um dos mecanismos pelos quais a imunoterapia atua.
Como esta terapia trabalha o sistema imune, é possível que o organismo comece a apresentar uma resposta imune exacerbada, atacando também tecidos saudáveis. 

Já a terapia-alvo consiste na identificação e ataque a alterações moleculares ou biomarcadores específicos. Neste caso, a ação é por meio de drogas e não pelo estímulo de resposta do organismo.

 

A terapia-alvo tem efeitos colaterais?

Apesar de garantir maior foco nas células cancerígenas, as terapias-alvo contra o câncer também têm efeitos colaterais. Esses efeitos variam de acordo com o tipo de terapia utilizada, mas, em geral, o paciente pode apresentar:

 

  • alterações na pressão arterial;
  • fadiga;
  • alterações nas unhas e nos cabelos (fraqueza, perda de coloração, etc);
  • problemas de pele (irritação, ressecamento, etc);
  • diarreia;
  • problemas no fígado;
  • dificuldade de cicatrização de feridas.
  • diminuição da produção de células do sangue (anemia, neutropenia)

 

Tipos de terapia-alvo

A terapia-alvo funciona através de agentes com moléculas pequenas (inibidores de tirosina kinases – TKI)  ou anticorpos monoclonais (mAB). Entenda abaixo os dois mecanismos:

  • Medicamentos de moléculas pequenas: enquanto algumas drogas têm moléculas grandes demais para entrar em células, esse tipo de medicamento é composto por moléculas pequenas que conseguem atravessar a membrana celular e entrar no conteúdo interno das células de câncer. Conseguem atacar “alvos” localizados no interior das células. São, via de regra, medicações de uso via oral.  
  • Anticorpos monoclonais: são proteínas sintéticas que se ligam a receptores de membrana celulares.. são “programados” para se prender a alvos encontrados em células. Desta forma, essa terapia-alvo pode destruir células cancerígenas, as tornar mais visíveis ao sistema imunológico, impedir que elas cresçam, levar toxinas diretamente até elas, privar o câncer de “combustível” para crescer, entre outros mecanismos. São, via de regra, medicações de uso endovenoso ou subcutâneo.

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