Dor oncológica: tipos e tratamentos para a dor causada pelo câncer
A dor oncológica é um dos principais sintomas e efeitos colaterais do câncer. Ela pode ser causada tanto pela doença de base, quanto pelo tratamento dela.
O nível de dor causada pelo câncer depende de diversos fatores. O tipo e a extensão da doença, o tratamento utilizado e o próprio quadro clínico do paciente influenciam nessa questão. O que todo paciente oncológico deve saber, porém, é que a dor neoplásica pode ser controlada.
Saiba mais sobre como é a dor no câncer, quais seus tipos, causas e linhas terapêuticas possíveis para controlar o sintoma.
Como é a dor no câncer?
A dor causada pelo câncer, também conhecida como dor neoplásica ou dor oncológica, ocorre de diversas formas.
Às vezes, a dor é causada pelo crescimento ou localização do próprio tumor. Nesse caso, ela é um dos sintomas da doença. Em outros, a dor vem da cirurgia de retirada do câncer ou dos tratamentos.
Além disso, há também dores que não têm relação direta com o tumor ou com o medicamento, mas sim com o quadro clínico. A depender do quanto um paciente tem seu bem-estar afetado no tratamento, ele pode passar períodos prolongados deitado. Isso, por sua vez, pode gerar dores no corpo não relacionadas diretamente ao câncer.
A forma como a dor do câncer se apresenta também tem relação com o tipo da doença. Pacientes com câncer de mama, por exemplo, podem se queixar de dores nos seios. Já pacientes com câncer ósseo tendem a apresentar dores no local do tumor – que varia.
Sendo assim, a dor do câncer pode acontecer:
- Na região afetada pelo tumor;
- Nas articulações e outras regiões do corpo devido a imobilidade;
- Nos ossos;
- No local do acesso intravenoso usado na quimioterapia;
- Na pele devido à radioterapia;
- Na boca devido à mucosite, condição que pode afetar pacientes oncológicos.
Essa dor pode ser desde um ardor até algo crônico ou que acontece em ondas. Também pode estar condicionada à movimentação do corpo ou a alguma posição específica.
Quimioterapia provoca dores?
A dor está entre um dos possíveis efeitos colaterais da quimioterapia, e o mesmo vale para outros tipos de tratamento.
O paciente que recebe quimioterapia por via intravenosa, por exemplo, pode ter ardor, espasmos e sentir o corpo “pinicar” durante as aplicações. Pode haver dor também no momento da punção para fazer o acesso, bem como desconforto geral no corpo após passar muito tempo na mesma posição.
Além disso, há ainda a síndrome mão-pé, efeito colateral possível de alguns tipos de quimioterapia. Em quadros assim, o paciente tem sensibilidade nesses membros, e isso pode evoluir para formigamento ou dor intensa.
A dor neuropática também é uma das possíveis complicações causadas pela quimioterapia. Em alguns casos, o medicamento gera um distúrbio nervoso que ocasiona em dores fortes. Essas dores podem ocorrer em diversos locais do corpo e às vezes se tornam crônicas.
Em qual estágio o câncer dói?
A dor oncológica não está atrelada a um estágio específico do câncer. Isso significa que ter dor não é sempre um indicativo de câncer avançado, por exemplo. A dor neoplásica pode surgir antes do diagnóstico, no início do tratamento, no meio do tratamento, como consequência de uma cirurgia, entre outros.
Tipos de dor relacionadas ao câncer
A dor oncológica pode acontecer em três formatos. Os tipos de dor do câncer se dividem em:
Dor nociceptiva
A dor nociceptiva é aquela causada por ativação dos nociceptores presentes no corpo. Isso significa que ela é resposta a algum estímulo como:
- Cirurgias;
- Injeções;
- Efeito colateral de medicamentos;
- Pressão causada pelo crescimento de um tumor.
Essa dor pode ser superficial ou profunda, e acontece em diferentes intensidades.
Dor neuropática
Já a dor neuropática acontece quando algo danifica o sistema somatossensitivo. Isso significa que, para essa dor acontecer, precisa haver lesão ou distúrbio dos nervos sensitivos do Sistema Nervoso Central.
Geralmente, a dor neuropática é descrita como uma sensação de queimação, de “facadas”, “agulhadas” ou até de choque elétrico. Ela pode ocorrer em diversas partes do corpo, independe de movimentação e pode ser crônica. Em pacientes com câncer, esse tipo de dor geralmente é consequência de cirurgia, quimioterapia ou terapias-alvo.
Dor mista
Pacientes com dor mista apresentam tanto sintomas claros de dor nociceptiva quanto de dor neuropática.
Tratamento e medicamentos para dor oncológica
A escolha do tratamento para dor oncológica depende de uma série de fatores. São eles:
- Intensidade da dor;
- Local afetado;
- Tipo da dor (neuropática, nociceptiva ou mista);
- Causa da dor;
- Quadro clínico do paciente.
Isso acontece porque o manejo de dores causadas por um procedimento cirúrgico, por exemplo, é diferente do feito em casos de dor neuropática ou causada pelo próprio tumor. O quadro clínico do paciente é importante para avaliar a tolerância ao tipo de tratamento.
A avaliação da dor deve ser feita inicialmente por oncologistas clínicos. Esses são os médicos responsáveis por diagnosticar e tratar o câncer, algo que envolve os efeitos colaterais também.
Dependendo da causa da dor e da necessidade do paciente, porém, o tratamento pode ser multidisciplinar. Podem fazer parte dele profissionais como neurocirurgiões, anestesiologistas e médicos especialistas em dor, terapeutas variados, entre outros.
Sendo assim, o tratamento para dor oncológica pode envolver:
Medicamentos para dor oncológica
A primeira linha de tratamento usada para dores oncológicas é a medicamentosa. A depender da intensidade da dor, podem ser administrados desde analgésicos simples (como Ibuprofeno) até opioides como Codeína, Morfina, Tramadol, entre outros.
Além deles, outras classes de medicamentos podem ser usadas de forma a complementar o tratamento. Antidepressivos, anticonvulsivantes e corticosteróides, por exemplo, são algumas possibilidades.
Implante de analgésicos ou de eletrodos para dor
Especialmente em casos de dor neuropática, o implante de uma bomba de analgésicos diretamente no local afetado ou de um eletrodo na coluna são alternativas, em geral, eficazes.
No primeiro caso, um dispositivo que libera analgésicos diretamente nos nervos é implantado cirurgicamente, e é usado principalmente em casos de dor resistente. Já o chip para dor é implantado na coluna por um neurocirurgião e modula o sistema nervoso para que estímulos de dor deixem de ser enviados.
Radioterapia
Apesar de ser uma possível causadora de dores no tratamento do câncer, a radioterapia também pode tratá-las. Isso porque, quando usada diretamente em tumores, esse tratamento ajuda a reduzir o tamanho deles. Em casos de dor causada por pressão exercida pelo tumor em um nervo ou órgão, por exemplo, essa é uma alternativa.
Bloqueios nervosos
O bloqueio nervoso é um procedimento no qual medicamentos são aplicados nas raízes nervosas. Assim, o envio de estímulo de dor ao cérebro é interrompido. Esse tratamento é usado especialmente em casos nos quais a dor é resistente a medicamentos.
Acupuntura para dor oncológica
Parte da medicina tradicional chinesa, a acupuntura é uma técnica considerada alternativa, mas de eficácia comprovada. Ela tem benefícios no alívio, por exemplo, de dor. O tratamento é feito por profissionais especializados em acupuntura e consiste na aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo. Essa aplicação estimula a liberação natural de substâncias analgésicas no corpo.
Meditação
Também parte de um ramo alternativo, a meditação tem benefícios comprovados contra estresse e ansiedade. Assim, ela ajuda no gerenciamento da dor, ajudando a diminuir a percepção das sensações dolorosas e promove relaxamento. Essa técnica também pode ajudar pacientes com dor crônica a lidarem com o quadro.
Fisioterapia
A fisioterapia pode atuar, por exemplo, na reabilitação de um paciente que foi operado. Ela ajuda na recuperação das funções normais do corpo e auxilia no tratamento de diversos tipos de dor. Feita por profissionais especializados, ela consiste em exercícios e no uso de equipamentos de analgesia com laser e ondas de choque.
Câncer de mama: sintomas, quando buscar um oncologista e mais
O câncer de mama é o câncer que mais acomete mulheres no mundo todo. O diagnóstico precoce da doença aumenta as chances de cura e, por isso, é importante se atentar à prevenção e aos sintomas.
O Ministério da Saúde recomenda que mulheres entre 50 e 69 anos realizem mamografias preventivas a cada dois anos. Já mulheres com menos de 50 anos, mas com histórico familiar de câncer de mama ou risco aumentado para a doença devem consultar especialistas regularmente para avaliar a melhor forma de prevenção.
Os sintomas de câncer de mama – como caroço no seio, alteração no formato dele, mamilo invertido, entre outros – costumam ser notados por médicos que acompanham a paciente. Tanto no exame clínico quanto na mamografia, clínicos gerais, ginecologistas e mastologistas tendem a levantar a suspeita de câncer.
Quando a mulher nota uma alteração no seio ou tem a suspeita de câncer levantada por um médico, ela deve procurar um oncologista. O médico oncologista é o “médico do câncer”, responsável por diagnosticá-lo, tratá-lo e acompanhar o paciente durante todo o processo.
Na hora de escolher o melhor oncologista para se consultar, é indicado pesquisar sobre a experiência dele e sobre sua especialização. Oncologistas podem se especializar em subtipos da doença. Sendo assim, buscar um oncologista especializado em câncer de mama pode ser um bom caminho.
Em caso de suspeita de câncer, busque indicações de oncologista em São Paulo ou um centro de tratamento viável para você. Nesse momento, é importante que a paciente tenha ao lado um médico com quem se sinta segura e que inspire confiança durante todo o tratamento.