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Relação entre a fertilidade em mulheres jovens e a mutação do gene BRCA

Relação entre a fertilidade em mulheres jovens e a mutação do gene BRCA

Quando se fala em câncer de mama em mulheres jovens, é comum surgirem dúvidas sobre a fertilidade. Uma das condições mais relevantes nesse contexto é a mutação dos genes BRCA1 e BRCA2, que aumentam significativamente o risco de câncer e, além disso, podem ter impacto sobre a fertilidade feminina.

Entenda abaixo o que são essas mutações, sua relação com o câncer de mama e como a mutação BRCA e gravidez podem estar conectadas, seja por impacto direto, seja por desafios do tratamento de câncer.

Gene BRCA e mutações: impacto no câncer, na fertilidade e mais

Os genes BRCA1 e BRCA2 são responsáveis por fabricar proteínas que ajudam a reparar possíveis danos ao DNA das células. Quando funcionam corretamente, eles ajudam a prevenir o surgimento de tumores, visto que essas estruturas aparecem após células com DNA danificado se multiplicarem desordenadamente. No entanto, mutações hereditárias nesses genes trazem o efeito oposto.

Ter mutações no BRCA1 e no BRCA2 aumenta os riscos de diversos tipos de câncer, sendo os de mama e de ovário os mais comuns. Estudos apontam que mulheres que carregam mutações no BRCA1 têm até 72% de risco de desenvolver câncer de mama ao longo da vida. Já aquelas com mutações no BRCA2, esse risco é de até 69%.

Gene BRCA e fertilidade: qual é a ligação?

Mutações no gene BRCA podem, sim, impactar a fertilidade feminina. Isso ocorre de diferentes formas – e nem sempre de maneira direta.

Pesquisas recentes apontam que mulheres portadoras da mutação BRCA1 podem ter diminuição precoce da reserva ovariana. Isso significa que os ovários podem deixar de liberar tantos óvulos férteis mais cedo que o normal. Esse efeito ocorre porque o BRCA1 participa da reparação do DNA dos ovócitos, e a falha desse gene pode acelerar o envelhecimento dos óvulos.

Além disso, algumas mulheres descobrem a mutação ainda jovens e, por isso, optam por cirurgias preventivas. Como essas mutações também têm ligação com câncer de ovário, é possível que a cirurgia preventiva inclua a remoção desses órgãos (ooforectomia profilática). Isso interrompe a capacidade reprodutiva da mulher.

Sendo assim, a mutação em si não torna a mulher infértil, mas pode limitar o tempo fértil disponível, algo que exige planejamento antecipado para mulheres que querem gerar um filho ao longo da vida.

Mutação BRCA e gravidez: é possível engravidar?

Apesar desse impacto, mulheres com mutação BRCA podem engravidar naturalmente ou com ajuda da medicina reprodutiva. Isso só ocorre, porém, desde que a fertilidade não tenha sido comprometida por cirurgias ou tratamentos oncológicos.

Além disso, como essa mutação é hereditária, mulheres que fazem fertilização in vitro (FIV) podem fazer testes genéticos que evitam a transmissão dela aos filhos.

Preservação da fertilidade no câncer de mama

Em casos nos quais a mutação do BRCA leva mulheres a optar por cirurgias preventivas como a remoção dos ovários, uma possível saída é o congelamento de óvulos. Nesse procedimento, os ovários são estimulados a liberar óvulos por meio de injeções hormonais. Esses óvulos são coletados e podem, então, ser congelados. No futuro, mesmo sem os ovários, é possível fecundar os óvulos em laboratórios, gerar embriões e implantá-los no útero.

Quando uma mulher descobre essas mutações cedo, ela também pode considerar adiantar os planos de gravidez. Dessa forma, as chances de haver tempo hábil e uma reserva de óvulos férteis para aproveitar são maiores.

Por último, em casos de câncer de mama em mulheres jovens, a preservação da fertilidade é um tópico especialmente importante de se abordar caso a paciente tenha o desejo de ter filhos. Isso porque a quimioterapia pode danificar os ovários, reduzindo a qualidade dos óvulos. Além disso, tratamentos hormonais podem durar até dez anos – e as medicações não podem ser utilizadas durante uma gestação por risco à saúde do bebê. Isso pode adiar uma possível gravidez por alguns anos.

Nesses casos, também é possível optar pelo congelamento de óvulos ou de embriões. Além disso, durante a quimioterapia, a mulher pode optar por supressão ovariana temporária com medicamentos que protegem parcialmente os ovários.

Essas abordagens devem ser cuidadosamente discutidas em parceria com especialistas em fertilidade e oncologistas experientes. Se você está procurando um oncologista de câncer de mama em São Paulo, não hesite em entrar em contato! Marque sua consulta e tire todas as suas dúvidas.

Mais sobre fertilidade, mutações e câncer de mama

As mutações podem afetar, sim, a fertilidade, mas não necessariamente de forma direta. Mulheres com mutação BRCA1, em especial, podem ter redução precoce da reserva ovariana, o que reduz o tempo disponível para engravidar. Além disso, algumas mulheres optam por cirurgias preventivas que incluem a retirada dos ovários. Sem a preservação da fertilidade, isso elimina a possibilidade de gravidez espontânea.

Muitas mulheres engravidam após o tratamento com segurança. Isso depende da funcionalidade dos ovários, que precisam estar ativos para que isso aconteça. O acompanhamento com oncologistas e especialistas em fertilidade, nesses casos, é fundamental, pois alguns medicamentos podem reduzir as chances da mulher engravidar naturalmente. É por isso que, antes do tratamento, se discute formas de preservação da fertilidade.

As estratégias de preservação de fertilidade são as mesmas utilizadas em mulheres em risco de infertilidade. O foco costuma ser o congelamento de óvulos ou embriões antes do início do tratamento oncológico. Isso pode permitir uma reserva de óvulos saudáveis ou embriões prontos para se implantar. Além disso, também é possível usar medicamentos que protejam os ovários durante a quimioterapia.

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