Vacina para o HPV: para que serve e quem precisa tomar?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de colo de útero é o quarto mais comum em mulheres no mundo. Entre outros fatores, o surgimento desse câncer está relacionado ao HPV (Papilomavírus Humano).
Prevenindo a infecção, é possível prevenir o câncer de colo de útero. A melhor forma de fazer isso é com a vacina de HPV.
Conheça abaixo a relação entre o câncer de colo de útero e o HPV, bem como a ação preventiva da vacina e saiba as recomendações para tomá-la.
Quem tem HPV tem câncer de colo de útero?
A OMS afirma que praticamente todas as pessoas sexualmente ativas serão infectadas pelo Papilomavírus Humano, o HPV, ao longo da vida. Isso, porém, não significa que todas elas terão câncer de colo de útero.
Nem sempre quem porta o vírus desenvolve a doença – mas em praticamente todos os casos da doença, o HPV está presente. Isso acontece porque, na maior parte das vezes, o corpo se encarrega de neutralizar o HPV. Já quando a infecção é persistente e causada por certos subtipos do vírus, ela estimula o surgimento de células anormais. A partir desse processo, o câncer pode surgir.
O HPV afeta tanto homens quanto mulheres e é transmitido pelo contato sexual. Ele não requer penetração para passar de um indivíduo para outro, e a infecção pelo vírus raramente ocasiona sintomas. Além da ligação com o câncer de colo de útero, ele também está relacionado a cânceres como o anal, de vulva, de vagina, de pênis e de orofaringe.
Sendo assim, ter HPV não é o mesmo que ter câncer, e o HPV não é câncer, mas pode se tornar um. As possibilidades disso acontecer são ainda mais altas quando há outros fatores de risco envolvidos, como tabagismo, multiplicidade de parceiros sexuais, não fazer uso de preservativos e utilizar contraceptivos orais.
Quais tipos de HPV dão câncer?
Os tipos de HPV mais frequentemente relacionados ao câncer cervical são o HPV-16 e o HPV-18, responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo de útero. Entre todas as mulheres que têm o vírus no mundo, 32% estão infectadas por um dos dois ou por ambos, segundo o Ministério da Saúde.
Quando o HPV é preocupante?
A infecção por HPV é muito comum e frequentemente assintomática. Normalmente, ela é uma transitória que regride espontaneamente após alguns meses ou anos desde a exposição ao vírus. Em alguns casos, porém, a infecção persiste e merece atenção.
O HPV é mais preocupante quando a infecção é persistente e causada por um dos subtipos oncogênicos (HPV-16 e HPV-18). Isso porque, nesses casos, lesões pré-cancerosas podem surgir.. Essas lesões são como verrugas irregulares, e aparecem tanto em mulheres quanto em homens. Elas podem surgir em locais como:
- Vulva;
- Vagina;
- Pênis;
- Testículos;
- Região perianal;
- Ânus.
Em alguns casos, essas lesões surgem em outras áreas de mucosa, como no nariz, na boca e na laringe. Elas podem ser o único sintoma, mas também podem vir acompanhadas de coceira, dor e sangramento. Verrugas assim são formadas por tecido anormal e, se não forem tratadas, podem se tornar cancerosas.
Mesmo assintomático, é importante tratar o HPV caso ele seja descoberto em um exame de rotina. Isso é feito para diminuir as chances da infecção evoluir. Quando há lesões, porém, o tratamento é mais detalhado e urgente, geralmente envolvendo remoção da verruga.
Prevenção de câncer de colo de útero e HPV
A prevenção do câncer de colo de útero se dá especialmente pela prevenção do HPV. Embora o uso de preservativos ajude a barrar a transmissão do vírus, ele não é totalmente eficaz. Sendo assim, a forma mais eficiente de prevenir o HPV é pela vacina, que é distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Com segurança e eficácia comprovada, a vacina de HPV pode ser vista como uma técnica da medicina de precisão. Em linhas gerais, esse ramo da medicina atua em mecanismos específicos que favorecem o desenvolvimento do câncer, ou em “alvos” presentes nas células cancerosas.
No caso dessa vacina, o imunizante impede que o vírus force as mutações celulares causadoras do câncer. Por isso, o melhor momento para se imunizar contra o HPV é antes do início da vida sexual. Ainda assim, a vacina pode oferecer proteção mesmo quando aplicada em adultos, já que há chances de não ter existido contato com o vírus.
Além disso, é essencial que mulheres com vida sexual ativa vão regularmente ao ginecologista. Isso porque, quando sintomático, o HPV pode ser identificado no exame de papanicolau. Caso o diagnóstico ocorra, o paciente é então encaminhado ao tratamento adequado o mais rapidamente possível.
Quando se deve tomar a vacina de HPV?
Segundo o Ministério da Saúde, a vacina contra HPV é mais eficaz quando aplicada antes do início da vida sexual. Isso porque, se não há contato sexual, é certo que não houve contato com o vírus.
Ainda assim, quem já tem vida sexual ativa e ainda não se vacinou – mesmo adultos – podem se beneficiar da vacinação. É possível, por exemplo, que uma pessoa tenha entrado em contato com certos subtipos do vírus, mas não de outros. Sendo assim, a vacina ainda oferece certa proteção.
Quem tem direito a tomar a vacina de HPV pelo SUS?
Atualmente, o SUS oferece a vacina de HPV para:
- Meninas e meninos entre 9 e 14 anos de idade;
- Pessoas com HIV;
- Pessoas transplantadas entre 9 e 45 anos.
Apesar disso, o imunizante pode ser aplicado em homens e mulheres até os 45 anos de idade, mas a vacina para essa faixa etária só está disponível na rede privada.
A vacina de HPV é aplicada em três doses. A segunda é dada dois meses após a primeira – e, entre a segunda e a terceira, deve haver um intervalo de seis meses.
Apesar da divulgação de muitas notícias falsas sobre o tema, a vacina do HPV é segura e não causa efeitos colaterais a longo prazo. É possível que o paciente tenha dor na região da vacina e febre baixa após a aplicação.
Câncer de colo de útero: sintomas e mais
Assim como o câncer de mama e o colorretal, o câncer de colo de útero é um dos que mais afeta mulheres no mundo todo. Ele se apresenta como uma lesão de bordas irregulares no colo do útero, algo identificado durante o exame de papanicolau.
Em muitos casos, o câncer cervical não causa sintomas até um estágio mais avançado. Entre eles, estão:
- Sangramento e secreção vaginal anormais;
- Dor abdominal;
- Sangramento menstrual prolongado;
- Sangramento após o ato sexual;
- Dor na relação sexual.
Quando a lesão causada pelo HPV é pré-cancerosa, a remoção dela e o acompanhamento costumam bastar para impedir o câncer. Quando ela é cancerosa, o tratamento pode envolver cirurgia, radioterapia e quimioterapia.
É essencial frisar que a melhor forma de prevenir esse câncer entre as mulheres é a adesão à vacinação contra HPV.
Quando buscar um oncologista
Assim como acontece em casos de câncer de mama, a suspeita de câncer de colo de útero costumam ser levantadas por um ginecologista. A partir disso, a lesão é examinada detalhadamente. Caso seja confirmada a malignidade, o paciente deve procurar um médico ou médica especializada.
No caso de câncer, oncologistas clínicos são os responsáveis por diagnosticar e tratar pacientes com a doença. Eles acompanham o paciente ao longo de todo o tratamento, garantindo amparo, tirando dúvidas e o guiando entre os demais profissionais envolvidos no processo.
Em qualquer caso de câncer, o diagnóstico precoce é valioso pois garante maiores chances de cura. Sendo assim, é imprescindível se atentar à prevenção, conversando abertamente com médicos e fazendo consultas regulares – especialmente se houver histórico familiar de câncer.
O câncer de mama é uma doença que tem cura, e o mesmo vale para outros subtipos da doença. Se você apresenta algum sintoma ou alteração incomum no organismo, procure um médico de confiança.