
Câncer de Mama e Ginecológico: existe relação entre as doenças?
Câncer de mama e ginecológico: existe relação entre as doenças?
Os cânceres de mama, ovário, endométrio e colo do útero estão entre os que mais afetam mulheres no mundo todo. Apesar de haver relação entre elas, vale destacar que nem sempre quem tem uma das formas da doença terá a outra.
Entenda por que ter câncer de mama aumenta as chances de se ter um câncer ginecológico e vice-versa, bem como essa conexão pode ajudar na prevenção das doenças.
Câncer de mama e cânceres ginecológicos: qual a ligação
Câncer de mama e de ovário
Os dois tipos de câncer apresentam relação direta apenas no caso da Síndrome Hereditária de Câncer de Mama e Ovário (descrita pela sigla HBOC em inglês). Ela é causada por mutações genéticas nos genes BRCA1 e BRCA2. Essas mutações são transmitidas para descendentes e intensifica o risco de se ter as duas doenças.
É por isso que um histórico familiar com muitos casos de câncer de ovário acende o alerta para chance aumentada de câncer de mama. Isso se deve à possibilidade de ter a síndrome e, por isso, maior facilidade de desenvolver o câncer de mama (e vice-versa).
As duas doenças possuem ainda uma relação menos direta na história da medicina. No século 19, no início dos estudos sobre câncer, os médicos relacionavam a retirada dos ovários em pacientes com câncer de mama com um melhor prognóstico.
Hoje, é sabido que isso acontece devido ao estrogênio, hormônio produzido pelos ovários que tem relação com o surgimento e o desenvolvimento de alguns tipos de câncer de mama.
É por isso, inclusive, que alguns casos de câncer de mama respondem bem à hormonioterapia, tratamento que dificulta o acesso do tumor ao hormônio do qual se alimenta.
Câncer de mama e colo de útero
Já se tratando dos outros quatro cânceres ginecológicos (de colo do útero, endométrio, vulva e vagina), a ligação não é direta. Eles não estão associados ao câncer de mama, mas os riscos de ter um câncer ginecológico aumentam quando há o diagnóstico do de mama.
Isso acontece porque todas essas doenças compartilham fatores de risco em comum, como questões hormonais e certos hábitos. Automaticamente, se esses fatores de risco levam uma pessoa a ter câncer de mama, os riscos de ela ter outros tipos da doença se tornam ainda mais fortes.
Por fim, alguns tratamentos para certos tipos de câncer aumentam os riscos de se desenvolver outros tipos da doença. Isso ocorre entre o câncer de mama e os cânceres ginecológicos.
Síndrome Hereditária de Câncer de Mama e Ovário: quando desconfiar
A Síndrome Hereditária de Câncer de Mama e Ovário está ligada principalmente a mutações nos genes BRCA1 e BRCA2. Essas mutações aumentam as chances de uma mulher ter câncer de mama e/ou de ovário. No caso dos homens, as chances são maiores de ter câncer de mama e/ou de próstata.
Há suspeita dessa síndrome quando o paciente tem muitos casos de neoplasia maligna de mama e/ou ovário de um mesmo lado da família. A maior parte das mulheres com neoplasia de mama ou ovário não têm a síndrome. No entanto, o câncer de mama em homens e o diagnóstico de câncer de mama triplo-negativo estão mais relacionados à ela.
A investigação com testagem genética é indicada para quem tem no mesmo lado da família:
- Uma ou mais mulheres diagnosticadas com câncer de mama e/ou ovário com até 45 anos;
- Uma ou mais mulheres diagnosticadas com câncer de mama antes dos 50 anos e histórico familiar de câncer de próstata, de câncer e melanoma;
- Casos de câncer de mama e/ou ovário em diferentes gerações (uma avó e uma tia, por exemplo);
- Um parente homem diagnosticado com câncer de mama.
Além disso, a suspeita também pode ser levantada quando uma mulher com câncer de mama recebe diagnóstico de câncer de ovário ou de outro câncer de mama (no outro seio ou no mesmo).
É importante frisar que o estudo genético para mutações relacionadas ao BRCA1 e BRCA2 pode ajudar muito na prevenção. Uma pessoa que tem muitos casos dessas doenças na família e descobre que tem uma mutação pode:
- Ser monitorada mais de perto por especialistas;
- Mudar hábitos que aumentam ainda mais o risco de câncer;
- Tomar medidas preventivas caso o risco seja muito alto (exemplo: cirurgias redutoras de risco);
- Se beneficiar de um rastreio mais preciso;
- Fazer uso de determinadas medicações caso tenham sido diagnosticadas com câncer.
Mais sobre câncer de mama e ginecológico
Quais são os tipos de câncer ginecológico?
Os cânceres ginecológicos são aqueles que acometem:
- Ovários;
- Colo do útero;
- Endométrio;
- Vagina;
- Vulva.
Os dois primeiros são mais comuns, enquanto os três últimos são bastante raros.
Quais os tipos de câncer de mama?
Os tipos de câncer de mama são:
- Carcinoma ductal in situ (não invasivo);
- Câncer de mama invasivo (que pode ser triplo-negativo ou inflamatório);
- Doença de Paget;
- Angiossarcoma;
- Tumor Filoide.
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Como saber se estou com algum tipo de câncer?
Muitos cânceres não causam sintomas até que estejam em fase avançada. Quando há histórico familiar ou alguma síndrome genética que aumenta os riscos de ter a doença, o paciente pode ser encaminhado para exames preventivos.
O mais importante, portanto, é conhecer o próprio corpo. É indicado buscar atendimento médico ao notar alterações, por exemplo:
- Nos hábitos intestinais;
- Nas fezes;
- Nos ciclos menstruais;
- Nas habilidades motoras;
- Na respiração e deglutição.
Além disso, o surgimento de nódulos pelo corpo, bem como febres constantes e sem motivo aparente, também são possíveis sintomas de câncer.
Quais são os tratamentos para câncer de mama?
O tratamento para o câncer de mama varia de caso para caso. Isso porque até mesmo o mesmo tipo de câncer de mama pode exigir tratamentos diferentes para duas pacientes.
A medicina de precisão é a área da oncologia capaz de identificar as particularidades de cada neoplasia, assim como da paciente, para definir o melhor plano terapêutico.
O tratamento do câncer de mama pode envolver:
- Cirurgia (lumpectomia ou mastectomia);
- Quimioterapia (antes ou depois da cirurgia);
- Radioterapia;
- Hormonioterapia;
- Terapias-alvo;
- Imunoterapia.
O primeiro passo ao desconfiar de um câncer, seja de mama ou ginecológico, é buscar uma oncologista especialista na área. Juntos, é iniciada a jornada de diagnóstico e tratamento da doença. Com os avanços da medicina, felizmente, é possível dizer que uma paciente oncológica pode, e deve, ter esperanças e confiança no tratamento.
Caso você esteja nessa situação, entre em contato e agende a sua consulta. Vou ficar feliz em ajudá-la neste caminho.