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Entendendo a composição do câncer: como se formam e como são as células cancerosas

Entenda como funciona a composição do câncer e de como as células se transformam em tumores malignos e saiba quais os fatores que contribuem para o seu desenvolvimento.

Entendendo a composição do câncer: como se formam e como são as células cancerosas

O câncer é uma doença que se forma a partir de células que, quando sofrem mutações, acabam se comportando de forma anormal. Seja por que essas células perderam ou ganharam funções. Isso modifica não só sua aparência, mas sua biologia – e, abaixo, você entenderá tudo sobre a composição e a formação do câncer.

Como surge o câncer de mama

Afinal, como se formam as células cancerígenas? Quando submetidas constantemente aos chamados fatores carcinogênicos ou oncogênicos, células normais eventualmente sofrem alterações. Nesse processo, os genes das células são alterados, e é por isso que o câncer é considerado uma doença genética.

A partir da mutação genética, células antes normais passam a se comportar de forma diferente. Elas ganham e perdem estruturas, e isso cria ou deleta funções. Células normais que se tornam cancerosas, por exemplo, perdem a habilidade de responder a “avisos” para parar de crescer ou se proliferar.

Sendo assim, as células podem adquirir características como:

  • Capacidade de passar despercebidas pelo sistema imunológico;
  • Habilidade de destruir tecidos a partir de ação enzimática (o que faz um tumor invadir estruturas adjacentes);
  • Possibilidade de criar novos vasos sanguíneos (o que “alimenta” o tumor);
  • Multiplicação desenfreada;
  • Agrupamento desordenado;
  • Formato diferenciado;
  • Ausência de estruturas normais;
  • Modificações da membrana.

O processo de oncogênese é, algumas vezes, freado pelo sistema imunológico ainda no início. Nesses casos, o câncer não se desenvolve. Dependendo das características das células, porém, esse processo pode fugir da “segurança do sistema imune” e um tumor se forma.

Devido às características adquiridas na oncogênese, essas células podem formar estruturas capazes de se vascularizar, surgir em outras partes do corpo a partir da corrente sanguínea, entre outros.

Somadas às questões hereditárias, fatores oncogênicos incluem:

  • Exposição prolongada a determinadas substâncias que causam câncer (como amianto, sílica, etc);
  • Acúmulo de exposições prolongadas e desprotegidas ao sol;
  • Tratamentos com radiação;
  • Tabagismo;
  • Consumo exagerado de álcool;
  • Obesidade;
  • Consumo exagerado de alimentos ultraprocessados;
  • Sedentarismo;
  • Avanço da idade.

Características da célula cancerosa

Quando uma célula normal se torna cancerosa, ela ganha características externas diferentes. Isso é observado no exame anatomopatológico, em que parte de um tumor é retirada para análise detalhada. Nessa análise, especialistas em patologia podem ver a apresentação das células que formam o tumor e, dessa forma, indicar se há mais chance dele ser maligno ou benigno.

Isso porque células de um tumor maligno, em geral, são diferentes. Em geral, apresentam as seguintes características: 

  • Bordas indefinidas;
  • Crescimento agrupado;
  • São maiores; 
  • Material genético diferenciado.

Ocasionalmente, por exemplo, pode haver deleção – ou seja, a eliminação de um cromossomo ou parte dele. 

Composição imunoistoquímica do câncer

A imunoistoquímica é a análise feita das características biológicas do câncer.  Nesse processo, as proteínas da membrana celular são estudadas. A partir delas que se descobre informações sobre a agressividade da doença e a quais tratamentos ela é mais suscetível.

Essas proteínas são descobertas a partir de reações químicas provocadas nas células cancerosas. Assim, certas substâncias se destacam e fornecem dados valiosos sobre a doença. O imunoistoquímico é um exame para câncer muito importante, pois é capaz de indicar o prognóstico e o melhor caminho a seguir.

A descoberta dessas proteínas, por exemplo, é vantajosa para terapias-alvo, que utilizam uma característica específica das células tumorais para atacá-las.

No caso do câncer de mama, por exemplo, são avaliadas as seguintes substâncias:

 

HER2

Também conhecida como ERBB2, a HER2 é uma proteína presente em 15 a 20% dos casos de carcinoma invasivo de mama. Localizada na membrana celular, ela envia estímulos de crescimento ao núcleo da célula, incentivando o tumor a crescer. Sendo assim, identificá-la é importante para frear o desenvolvimento da doença.

Antes usada apenas para identificar casos mais graves de câncer, atualmente a proteína HER2 indica mais uma oportunidade de tratamento. Isso porque há medicações que funcionam como uma “chave”, enquanto essa proteína é uma “fechadura”. O remédio é especialmente eficaz pois age diretamente nela.

Esse tipo de terapia-alvo consegue, por exemplo, transformar um câncer de mama de alto nível de agressividade em um tumor de baixa agressividade.

Marcador Ki-67

Também conhecido como MIB-1, o marcador Ki-67 é uma proteína. Ela aparece em todas as fases da multiplicação celular, mas não em células que estão em repouso. Sendo assim, esse marcador ajuda a identificar células que se multiplicam desordenadamente, tornando-se uma forma de monitorar o crescimento do tumor.

É uma maneira de identificar a taxa de divisão celular. Quanto maior o número, mais as células estão se dividindo e, consequentemente, mais agressivo é o tumor.

Receptores hormonais no câncer de mama

Receptores hormonais são como se fossem “fechaduras” nas células tumorais. Esses receptores de estrogênio (RE) ou progesterona (RP) se ligam a hormônios produzidos pelo corpo. Nesse caso, os hormônios seriam as “chaves” responsáveis por estimular o crescimento tumoral.

A maior parte dos casos de carcinomas invasivos de mama e carcinomas ductais in situ apresentam receptores hormonais. Isso os torna menos agressivos, visto que essas “fechaduras” também respondem às “chaves” fornecidas por certos tratamentos. Eles servem como alvos para os medicamentos que os desativam e, assim, impedem o crescimento do câncer.

Quando um câncer de mama  não é positivo para receptores hormonais, ele não é suscetível à terapia hormonal. Portanto, deve ser tratado de outras formas.

Câncer de mama: quando buscar um oncologista, diagnóstico e mais

O câncer de mama é o tipo da doença que mais afeta mulheres globalmente. Assim como em todos os cânceres, o diagnóstico precoce oferece maiores chances de cura. Por isso, é importante realizar o rastreamento. 

O diagnóstico de câncer depende, por exemplo, do acompanhamento médico periódico. Também vale ressaltar a importância da realização de mamografias pela faixa etária indicada.

De acordo com o Ministério da Saúde, mulheres entre 50 e 69 anos devem fazer mamografia – melhor exame para câncer de mama –  a cada dois anos. Já as que não estão nessa faixa etária, devem ter o acompanhamento de um ginecologista ou mastologista. 

No caso de mulheres com histórico familiar de câncer de mama e outros fatores de risco para a doença, é indicado conversar com um médico ou médica especializada a fim de entender a melhor forma de rastreio.

A suspeita de câncer de mama costuma ser levantada por essas especialidades, mas o diagnóstico da doença é feito por um oncologista. Oncologistas clínicos são os “médicos do câncer”, especializados em diagnosticar e tratar a doença, acompanhando o quadro clínico do paciente durante todo o processo.

O pensamento “tenho câncer” pode ser amedrontador e complexo. Ainda assim, é importante ter em mente que o câncer de mama tem cura, e que sempre é possível encontrar o melhor oncologista para cada pessoa realizar o acompanhamento de seu  tratamento.

Em São Paulo, por exemplo, o Centro de Oncologia do Hospital Albert Einstein é uma das referências no tratamento do câncer. O local conta com tecnologia de ponta, os melhores profissionais e, além disso, pronto-socorro oncológico e centro de medicina integrativa.

Caso tenha uma suspeita de câncer, procure um médico de confiança ou entre em contato comigo pelo WhatsApp. Ficarei feliz em ajudar!

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