Tratamento do câncer de mama: duração, fases e o que esperar
Quanto tempo dura o tratamento do câncer de mama? Esta é uma das muitas perguntas que pacientes fazem ao iniciar a jornada contra a doença. A resposta, no entanto, varia. Isso porque há diferenças tanto entre as pacientes quanto entre os cânceres.
Entenda abaixo a linha do tempo de um tratamento para câncer de mama, saiba quanto tempo costuma durar cada etapa e quais fatores interferem nessa duração.
Duração do tratamento de câncer: fatores que influenciam
Não existe apenas um tipo de tratamento para câncer de mama. A evolução dos estudos sobre a doença e dos tipos de terapias possibilita uma personalização cada vez maior do tratamento para cada paciente. Isso significa que a conduta para duas pessoas com a mesma doença podem ser diferentes em relação ao tipo de medicação, tempo e objetivo.
A definição do tratamento para um quadro de câncer de mama leva em consideração uma série de fatores, como tipo da doença, estadiamento e particularidades das células que formam o tumor. O foco, em geral, é aumentar as chances de sucesso, reduzindo os efeitos colaterais.
Sendo assim, a escolha – e a duração – do tratamento, variam de acordo com fatores como:
Tipo do câncer de mama
Há diversos tipos diferentes de câncer de mama. Eles variam em relação à agressividade, velocidade de crescimento, presença de metástase, entre outras características.
Há, por exemplo, tumores de mama que testam positivo para receptores hormonais. Isso significa que a paciente pode se beneficiar de hormonioterapia. Em outros casos, o tumor pode ser triplo negativo – ou seja, não ter nenhum dos três marcadores mais usados como “alvos” em terapias. Isso traz a necessidade de se utilizar um tratamento diferente.
Estadiamento da doença
O estágio em que o câncer de mama está no momento do diagnóstico se chama estadiamento. Este é um dos fatores que influencia a escolha do tratamento – e, portanto, sua duração.
Um câncer de mama e estágio inicial, a depender da natureza do tumor, pode responder bem a um tratamento relativamente curto. Um tumor mais avançado, porém, costuma exigir uma combinação de tratamentos que possuam uma maior duração.
Estado clínico geral da paciente
A intensidade e a duração do tratamento de câncer também variam de acordo com o estado geral e comorbidades da paciente. Não costuma se indicar, por exemplo, um tratamento agressivo para uma pessoa já fragilizada.
A depender do estado clínico da paciente, o mesmo tratamento pode ter suas sessões espaçadas para que a aceitação do organismo seja melhor. Isso, por sua vez, faz com que a duração do tratamento seja maior.
Resposta do câncer ao tratamento
Apesar de toda a possibilidade de estudo e individualização de cada caso de câncer de mama, é impossível prever qual será a resposta do tumor e do organismo a cada tratamento. Em alguns momentos, é preciso realizar mudanças e ajustes no plano terapêutico.
Para evitar que o tratamento se alongue mais que o necessário é essencial o acompanhamento de perto por um oncologista especialista em câncer de mama. Com isso, é possível intervir e rever o plano rapidamente.
Questões burocráticas
As várias possíveis etapas de um tratamento para câncer são marcadas por espera. Logicamente, tanto o Sistema Único de Saúde (SUS) quanto os planos de saúde operam de acordo com a urgência do quadro. Ainda assim, há prazos padronizados para, por exemplo, liberação de medicamentos, agendamentos de aplicações, entre outros.
Tudo isso pode influenciar na duração do tratamento. Esses prazos, inclusive, variam de acordo com o plano de saúde, com o centro de saúde em que o tratamento ocorrerá, com a agenda do oncologista, entre outros.
Média de duração do tratamento para câncer de mama por etapas
Uma vez que se faz o diagnóstico de câncer, há uma série de possíveis linhas de tratamento a se seguir. Determinados cânceres, por exemplo, pedem cirurgia, quimioterapia ou radioterapia.
Sendo assim, é impossível generalizar quando se fala em duração de tratamento de câncer. O que existem são médias baseadas em estatísticas – e, abaixo, você confere a duração estimada de diversas combinações de tratamento segundo a organização norte-americana Living Beyond Breast Cancer.
Da biópsia à cirurgia
A biópsia é o procedimento que confirma o diagnóstico de câncer e revela características específicas do tumor. A partir disso, o tratamento é definido, e ele pode começar com:
Tratamento neoadjuvante
O tratamento neoadjuvante é indicado para diminuir o tamanho de um tumor antes da remoção cirúrgica. Após a biópsia, pode levar até um mês para o início desse tratamento, levando em consideração a necessidade de consultas médicas, liberação do plano de saúde, entre outros fatores.
Já o tratamento neoadjuvante (que pode ser quimioterapia, terapia-alvo, hormonioterapia, etc) pode ter duração de 3 a 6 meses. Isso depende do tipo de tratamento e da resposta do câncer a ele.
Por fim, após o tratamento neoadjuvante acabar, pode ser necessário esperar de 3 a 6 semanas até a cirurgia para remoção do tumor
Lumpectomia
A lumpectomia é um tipo mais conservador de cirurgia para câncer de mama. Nela, o médico remove o tumor e uma margem do tecido saudável. Caso essa seja a indicação após a biópsia, a espera da paciente pode ser de 1 a 3 semanas para realizar o procedimento.
Já a recuperação da lumpectomia costuma ser de 1 semana.
Mastectomia
Na mastectomia, a paciente remove a mama inteira – ou as duas mamas. Após a biópsia, a espera pela mastectomia pode ser de 2 a 4 semanas. Em alguns casos, a paciente opta por fazer a reconstrução mamária logo após a cirurgia, no mesmo procedimento.
O tempo de recuperação total da mastectomia varia entre 3 e 8 semanas. Tudo depende da resposta do paciente e de possíveis intercorrências.
Tratamento ativo
Após a cirurgia de câncer de mama, a paciente pode ter de se submeter a um tratamento que visa eliminar qualquer célula cancerígena que restou no corpo. O tipo de tratamento escolhido varia de acordo com o estadiamento da doença, o tipo de câncer, o estado clínico da paciente, entre outros fatores.
A duração do período que vai da biópsia até o início do tratamento varia entre 1 e 7 meses. Tudo depende da necessidade de um tratamento neoadjuvante antes da cirurgia, caso o câncer seja operável. Já a duração da próxima etapa varia de acordo com o tipo de tratamento. São eles:
- Quimioterapia: de 2 a 5 meses;
- Radioterapia (diária): de 3 a 6 semanas;
- Terapia-alvo: 1 a 3 anos;
- Imunoterapia: 1 ano (pode englobar a cirurgia).
Tratamento de manutenção
Em grande parte das vezes, porém, o tratamento de câncer não acaba nas etapas anteriores. Isso porque, para reduzir as chances de recidiva (volta do câncer de mama), pode ser necessário fazer um tratamento de manutenção durante um período de 5 a 10 anos.
Geralmente, o tratamento de manutenção é uma hormonioterapia oral. Apesar da longa duração (que é estipulada de acordo com as particularidades do caso), ele geralmente afeta pouco a qualidade de vida da paciente.
Durante esse período, a paciente também fará consultas e exames periódicos para rastrear a doença e tratar possíveis recidivas.
Quando se fala de quanto tempo dura o tratamento de câncer de mama, porém, é preciso frisar que a melhor estimativa vem dos profissionais envolvidos no caso e não é possível realizar previsões de maneira generalizada. O oncologista, também conhecido como “médico de câncer“, acompanha a paciente de perto juntamente com uma equipe multidisciplinar e pode atualizá-la frequentemente sobre o andamento do tratamento.
Se você busca um especialista em câncer de mama – ou seja, um oncologista de câncer de mama – para te acompanhar nessa jornada, entre em contato e agende a sua consulta.
Mais sobre tratamento de câncer de mama
O que vem primeiro: quimioterapia, radioterapia ou cirurgia?
A definição do melhor plano terapêutico é feita em virtude das características específicas do tumor. Sendo assim, a ordem de cada etapa do tratamento também pode mudar.
Há casos em que quimioterapia pode vir antes da cirurgia para diminuir o tamanho do tumor ou limitar sua atividade. Já em outros, a cirurgia é o primeiro passo, a quimioterapia e o segundo e a radioterapia, o terceiro.
Consulte um oncologista especialista em câncer de mama para saber qual o melhor caminho para o seu caso.
Como é realizado o tratamento do câncer de mama?
O tratamento do câncer de mama é definido após a biópsia do tumor. A partir do material coletado, é possível entender as particularidades do câncer e o estadiamento da doença. Estas e outras informações mostrarão qual caminho tem mais chance de sucesso no tratamento do câncer.
Esse processo pode começar com um tratamento neoadjuvante. O objetivo desse tratamento é reduzir o tamanho do tumor ou limitar sua atividade. Em boa parte dos casos, isso não é necessário e o primeiro passo do tratamento é a cirurgia.
A cirurgia consiste na retirada total ou parcial da mama. A modalidade escolhida depende do tamanho do tumor, da localização dele e de outras características. Após a recuperação da paciente, tem início então um tratamento que visa eliminar qualquer célula cancerígena que restou no corpo.
Essa etapa do tratamento pode incluir ciclos de quimioterapia, radioterapia, terapias-alvo, imunoterapia ou terapia hormonal. Com exceção da radioterapia, que funciona por radiação, os demais tratamentos são administrados em forma de infusão (diretamente no sangue) ou por via oral (comprimidos).
Em alguns momentos do tratamento, pode ser necessário que o paciente fique internado. A necessidade de internação dependerá do estado clínico geral dele. Em geral, porém, é possível fazer o tratamento de câncer indo ao centro de saúde indicado para fazer o tratamento nas datas estipuladas.
Qual câncer de mama não precisa de quimioterapia?
Pacientes com tumores luminais com baixo risco de desenvolver metástases normalmente não precisam de tratamento com quimioterapia. Nesses casos, o uso da terapia hormonal basta. Além disso, quando se descobre um câncer de mama em estágio muito inicial, pode não ser necessário fazer quimioterapia devido à limitação da doença ao seio.
Câncer de mama tem cura?
As chances de cura do câncer de mama chegam a 95% quando o tumor é descoberto com menos de 1 centímetro. Isso significa que o diagnóstico precoce é um dos principais fatores para o sucesso do tratamento.
Sendo assim, mantenha suas consultas médicas e seus exames em dia conforme orientação de especialistas!